ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

OS VENCEDORES RELATIVOS DA MINORIA



É bastante complicado, para alguém a quem a “reforma” retirou o estatuto de ser reconhecidamente sabedor nisto ou naquilo e se limita a ser, apenas, alguém que mantém a sua capacidade de pensar, dizer grande coisa sobre o que se passa no seu país ou, até, no mundo.
Eu bem tento encontrar qualquer coisa a que me agarrar para que o raciocínio discorra, mas não me apercebo de mais do que das tretas do costume, dos assuntos repescados em noticiários de há três ou quatro dias, das propostas recorrentes do PS que têm por base o eterno e insuperável “se”, das atitudes mais do que previsíveis e sem imaginação seja no que for, mas sempre lamentáveis quando pequenas coisas acontecem e, pela arte de quem se julga capaz de convencer papalvos, acaba por se transformar numa perda de tempo em reuniões e em plenários que não valem o dinheiro que todos pagamos aos deputados juntamente com aquelas iguarias que lhes servimos no seu restaurante privativo onde, com elas, podem enfartar-se ao preço da uva mijona que não seria assim tão má para enganar a fome de alguns dos que lhes pagam! Se a tivessem!
Depois das eleições autárquicas, de cujos resultados todos tiraram as “conclusões óbvias” que mais lhes interessavam, até eu tentei um simulacro de análise que, se bem interpretada, me diz que está na hora de os políticos tomarem juízo, tão grande é o número daqueles que, para eles, se “estão nas tintas”!
Poderá uma classe política sentir-se confortável quando, na melhor das hipóteses, é o vencedor relativo de uma minoria? Haverá razões para encher a cara com um sorriso de felicidade, encher o peito como se fosse fazer um longo mergulho em apneia ou abrir a boca para cantar vitória? Penso que não há e penso, até, que deveriam reflectir sobre o que se passa em vez de festejar, tentar entendê-lo, quem sabe se conversando com alguém a quem estes jogos de poder não afectam o discernimento…
Que voltem as “revistas” do Parque Mayer que tão bem sabiam fazer as caricaturas dos ridículos e pretensiosos que julgam ser alguém, que nos faziam rir à gargalhada e seriam, talvez, a forma mais eficaz de lhes mostrar as figuras tristes que fazem quando pensam que os não topamos. Porque televisões e jornais, esses também se enredam na mesma teia, se dividem pelas facções que se enfrentam e entram no jogo dos mesmos interesses.

Sem comentários:

Enviar um comentário