ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 17 de outubro de 2013

O CHEFE PERDIDO

É meu juízo que continuam os políticos a cometer o tradicional erro de se não actualizarem nos conhecimentos dos quais necessitariam para governar, a não ser naqueles pormenores e procedimentos dos quais retiram vantagens que, todos o sabemos, são próprias dos ex-políticos e inacessíveis aos demais. Quantas vezes essas vantagens, já de si iníquas pelas possibilidades únicas que proporcionam, vão além da própria legalidade?
E nem preciso falar de casos como o BPN e outros ainda sem desfecho judicial, além de outros de grande sucesso económico pessoal, para justificar o que digo.
Refiro-me aos conhecimentos que a Ciência Política ignora porque a obrigaria a repensar-se a si própria, a adequar-se à realidade que nunca deveria perder de vista para gerir este mundo que a sua noção de desenvolvimento torna cada vez menos próprio à dignidade que a condição humana exige.
Tornaram-se os políticos uma classe àparte, acantonada num céu onde, como o povo diz as “vozes de burro não chegam...” Talvez por isso tenham de usar uma linguagem em que o léxico comum não tem lugar, a linguagem que inventou o “nim” e sempre faz crer que é, aquilo que as mais claras evidências dizem não ser.
É o que me lembra a notícia do lançamento de um livro de Sócrates, o que depois de ser primeiro-ministro foi estudar política, onde afirma que se considera “o chefe democrático que a direita sempre quis ter”.
Parece tratar-se de um livro baseado na sua tese de mestrado na Faculdade de Ciências Políticas de Paris que aproveita para tratar de diversos outros assuntos também, como o caso Freeport que, pela certa, muitas dúvidas deixou em todos nós e constituiu uma das razões pelas quais Portugal se situa tão alto na lista, recentemente publicada, dos países mais corruptos do mundo!
Diz Sócrates, o homem cuja gestão do pais o lançou na mais profunda crise de sempre, que “tenho algumas características que a direita acha que são de direita. E não são!"
Não sei quais serão essas, mas se de esquerda são as que lhe permitiram deixar o Serviço Nacional de Saúde ao ponto de corrupção e de endividamento dos quais, aos poucos, nos vamos apercebendo e elevar a dívida pública até valores incomportáveis, além de outras coisas que foram muito evidentes mas a Justiça não foi capaz de pegar, uma vez mais terei de dar razão a Margareth Thatcher quando diz que “o socialismo dura até o dinheiro dos outros acabar”.




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