Ainda que levantar a voz, insultar, lançar boatos, tentar desacreditar e outras idênticas atitudes sejam recursos habituais quando a razão escasseia, nunca foi prática eficaz proceder assim, porque sempre a realidade acaba por impor-se à fantasia. Por isso é difícil levar a sério certas coisas que se dizem, sobretudo quando não devidamente justificadas.
Por exemplo, dei conta de
um suposto “currículo” pessoal e profissional de Pedro Passos Coelho que corre
na internet, segundo o qual exerceu brutais agressões contra a sua ex-mulher e
outras coisas mais que, sem que sejam devidamente autenticadas, não passarão de
uma agressão, essa sim brutal, contra a honra e o bom nome de alguém.
Não sei de nada nem tenho
provas que me permitam corroborar ou desmentir o que vi escrito, o que, para
começar, me deixa a dúvida. Depois, sem qualquer autenticação que o comprove,
assim como a sua divulgação num momento de forte contestação por causa do
Orçamento de Estado, tal currículo terá de ser tomado, em princípio, como uma
falsidade.
Mas acharia eu bem,
contudo, que fosse prática corrente entre nós a análise cuidada do passado dos
que se propõem pertencer a qualquer órgão de soberania, para que não sejam
apenas as suas palavras, as suas promessas que ditam a nossa escolha mas para
que fossem, sobretudo, as suas práticas comprovadas o que, no momento de tomarmos
a decisão de lhes entregar a parte do poder que, democraticamente, nos
pertence, nos permitiria uma decisão consciente.
Mas é sempre tempo para
começar com esta prática séria que a maledicência não pode substituir. Por isso
acho bem que se comprove se tal currículo corresponde à realidade, assim como
entenderia oportuno e indispensável, também neste momento, que o mesmo se
fizesse em relação a Sócrates e a Seguro, porque um já foi um governante
contestado e o outro se propõe sê-lo.
De futuro, o mesmo seria
feito para todos os que pertençam a órgãos de soberania, Presidente da República,
deputados, magistrados e autarcas, para que, de um escrutínio severo, não
restem dúvidas de serem moral, social e profissionalmente competentes para as
responsabilidades que lhes competem.
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