ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

AFINAL, QUEM É QUEM?


Ainda que levantar a voz, insultar, lançar boatos, tentar desacreditar e outras idênticas atitudes sejam recursos habituais quando a razão escasseia, nunca foi prática eficaz proceder assim, porque sempre a realidade acaba por impor-se à fantasia. Por isso é difícil levar a sério certas coisas que se dizem, sobretudo quando não devidamente justificadas.
Por exemplo, dei conta de um suposto “currículo” pessoal e profissional de Pedro Passos Coelho que corre na internet, segundo o qual exerceu brutais agressões contra a sua ex-mulher e outras coisas mais que, sem que sejam devidamente autenticadas, não passarão de uma agressão, essa sim brutal, contra a honra e o bom nome de alguém.
Não sei de nada nem tenho provas que me permitam corroborar ou desmentir o que vi escrito, o que, para começar, me deixa a dúvida. Depois, sem qualquer autenticação que o comprove, assim como a sua divulgação num momento de forte contestação por causa do Orçamento de Estado, tal currículo terá de ser tomado, em princípio, como uma falsidade.
Mas acharia eu bem, contudo, que fosse prática corrente entre nós a análise cuidada do passado dos que se propõem pertencer a qualquer órgão de soberania, para que não sejam apenas as suas palavras, as suas promessas que ditam a nossa escolha mas para que fossem, sobretudo, as suas práticas comprovadas o que, no momento de tomarmos a decisão de lhes entregar a parte do poder que, democraticamente, nos pertence, nos permitiria uma decisão consciente.
Mas é sempre tempo para começar com esta prática séria que a maledicência não pode substituir. Por isso acho bem que se comprove se tal currículo corresponde à realidade, assim como entenderia oportuno e indispensável, também neste momento, que o mesmo se fizesse em relação a Sócrates e a Seguro, porque um já foi um governante contestado e o outro se propõe sê-lo.
De futuro, o mesmo seria feito para todos os que pertençam a órgãos de soberania, Presidente da República, deputados, magistrados e autarcas, para que, de um escrutínio severo, não restem dúvidas de serem moral, social e profissionalmente competentes para as responsabilidades que lhes competem.

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