ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 13 de outubro de 2013

COMO SE DEFENDE A DEMOCRACIA?


Tal como muito boa gente, não vejo, como regime político, alternativas satisfatórias à democracia, apesar dos múltiplos defeitos que lhe encontro.
Por isso, não posso dizer que a democracia, tal como está regulamentada, me satisfaça, porque mais me parece uma sucessão de “pequenas ditaduras” que eleições periódicas legitimam pelo princípio, jamais confirmado, de que a maioria tem, necessariamente, razão.
A visão de curto prazo que não consegue exceder é um dos seus maiores defeitos que apenas um melhor entendimento dos valores maiores da sociedade e da realidade do Planeta que habitamos nos permitirá minorar.
O passado mais recente da democracia portuguesa é a prova provada disso mesmo!
Depois de uma série de governos que se foram sucedendo e alternando entre PSD e PS sempre pelas mesmas razões de não cumprimento das promessas eleitorais, chegou o momento das consequências graves deste modo leviano de viver a democracia que, já se viu, não tem as soluções para tudo, como muitos dizem que tem.
E foi assim que aos disparates de Sócrates e dos seus governos sucederam as promessas de Passos Coelho que não contemplavam, naturalmente, as exigências do programa de resgate financeiro que, se ganhasse as eleições, teria de cumprir, pois nunca as teria ganho se o fizesse.
Apesar das suas responsabilidades maiores na situação de sufoco financeiro a que o país chegou, o PS foi-se tentando livrar delas para poder criticar e considerar errado o que o acordo que assinou com a Troika obriga que este governo faça. E desta forma, a modos como quem mata o mensageiro da má notícia, tenta ganhar as simpatias dos eleitores atacando o Governo pelas razões de curto prazo do costume e não, infelizmente, pelas que, de outra natureza, legitimariam o seu desejo de retomar o poder.
Não será a democracia que permite que as coisas se passem desta maneira que terá o sucesso de que necessitamos para sair do impasse em que parece termos caído de vez!
A democracia exige outras razões. Por isso na maioria dos países do mundo não há democracia ou existem uns arremedos que muito distante a colocam, em Portugal ela está em risco e naqueles em que ainda julgamos poder louvá-la, talvez dentro de algum tempo a vejamos com os mesmos problemas que, em Portugal, não conseguimos superar.

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