ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

SE ME NÃO APANHASTE A TEMPO…



Um canal de televisão proporcionou a Sócrates a oportunidade de responder ao que, a seu respeito, Cavaco Silva escreveu no livro “Quintas-Feiras e outros dias”, recentemente editado.
Não tive, ainda oportunidade de comprar e ler o livro nem sei se, depois de tanto que já ouvi falar dele, ainda valerá a pena fazê-lo.
Na entrevista em que Sócrates se defenderia do que dele no livro é dito, creio que pouco ou nada mais ouvi dizer do que “É falso… é mentira… nunca se viu um Presidente da República vir contar as conversas que teve a dois com o Primeiro-Ministro, classificando tal de “bisbilhotice política”…”.
Para além de coisas assim e uma passagem pelo “caso das escutas”, pareceu-me que o assunto da entrevista ficou por ali e do que seria o tema e deveria ser ali falado, rapidamente Sócrates saltou para o assunto que mais lhe interessa, o longo tempo da investigação de que é alvo o Caso Marquês!
Diz Sócrates que a investigação tem regras e prazos e que não faz sentido que aquela a que está a ser submetido já dure há 43 meses quando, ao fim de 18, deveria estar concluída e feita a acusação ou arquivada.
Não sou jurista e, assim, não terei argumentos que possam suportar uma opinião própria mas, como cidadão e conforme a opinião de muitos juristas, penso que encontrar a verdade estará acima de quaisquer regras que possam dar ao criminoso a vantagem de poder ocultá-la limitando o tempo que seja necessário para a esclarecer. E este dependerá daquilo que se investiga, do modo como foram escondidos os factos que são investigados, no caso uma complexa teia que não é fácil de seguir.
A questão não poderá ser "ganha o que esconde melhor". Por isso perguntarei a Sócrates quanto tempo levou ele e o grupo que a investigação está a tornar cada vez maior, a cometer os crimes dos quais são suspeitos e, ao que consta, alguns dos investigados já terão reconhecido.
Entendo, como cidadão vulgar, em nome do qual e de milhões de outros, a Justiça é feita, que a investigação deve continuar enquanto houver razões para tal, o que, no Caso Marquês, quererá dizer enquanto novas provas forem aparecendo. E ainda não pararam de aparecer, parece.
Faz-se justiça interrompendo uma investigação que tem matéria para continuar, ocultando o que possa ainda vir a ser esclarecido para além de qualquer prazo?
E no final pergunto, o livro de cavaco Silva não passou de um pretexto para proporcionar a Sócrates expor o seu direito de “se me não apanhaste a tempo… então perdeste!”?
Poderá restar alguma dúvida sobre factos que são já tão evidentes que, reconhece-o a maioria da Sociedade, quase não podem deixar de ser verdade?
O país inteiro quer saber a verdade sobre o que fez alguém em quem votou para um cargo que lhe deu poderes especiais e, também, as oportunidades de fazer aquilo de que é suspeito e, pasme-se, a lei, como que de propósito, torna difícil de fazer prova.
A ele, sendo inocente, deveria interessar-lhe também.
Mas parece que a acusação sairá muito brevemente.
Veremos qual será!

sábado, 25 de fevereiro de 2017

A CADA CAVADELA… MINHOCAS!



Quem poderá admirar-se de que o Caso Marquês, de adiamento em adiamento, se prolongue por tanto tempo, se a cada semana que passa mais um passarão cai na panela onde se cozinha a maior mixórdia que, em toda a minha já longa vida, eu vi?
Faz-me lembrar aquele dito que “a cada cavadela, minhocas…”
A notícia de hoje diz que, depois de Salgado, também na “sexta-feira (24), Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, antigos gestores da Portugal Telecom, foram constituídos arguidos neste processo, ambos por suspeitas “da prática de factos susceptíveis de integrarem os crimes de fraude fiscal, corrupção passiva e branqueamento".
É de recordar que este passo judicial surge alguns meses depois das buscas feitas às residências dos dois ex-gestores da PT, ordenadas pelo Ministério Público. Em causa estariam as alegadas 'luvas' pagas a José Sócrates pelo Grupo Espírito Santo e que teriam a ver com negócios que envolviam a PT”.
Cada vez mais me convenço de ser esta uma teia sem fim de artimanhas de um grupo que, em determinada altura se apoderou do poder e fez com ele o que entendeu!
Às vezes acontece, encontram-se todos ao mesmo tempo…
Pior do que isso, brincou com o poder e com todos nós quando, empertigados e com ar de santinhos, recebiam os louvores que os justos nunca tiveram, de que aqueles que se preocupam com os outros seriam merecedores mas jamais passam de ser ignorados e, mais do que isso, prejudicados pelo que se dá a quem não merece.
Começo a convencer-me que, daqui a um ano, ainda andará a investigação a caçar ratos, tantos são os que constituem esta rede complexa de manigâncias que os fez multimilionários.
Já me não admiro da desfaçatez com que Sócrates se rebela contra estes adiamentos dos prazos de investigação, mesmo sabendo que mais ratos ainda estão escondidos.
A continuar assim, não sei se viverei tempo bastante para ver o fundo a este “tacho sem fundo”.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

ESTRANHAS ELEIÇÕES



Creio que jamais vi umas eleições como estas.
Nem me dei conta das eleições que sei que houve no Benfica para além de saber que as houve, porque não me diziam respeito, mas dou-me conta do benfica nas eleições do Sporting. E do Porto também, assim como de alguns “amigos” que usam como testas de ferro para alguns dos seus cobardes ataques, o que a Comunicação social avermelhada bem espelha no modo como trata os assuntos, veicula notícias, boatos e mentiras e se mostra, de um modo geral, desagradável para com o actual presidente do Sporting, talvez pelas pedradas que tem dado neste charco pútrido e muito lucrativo para alguns, em que se tornou o futebol português.
Infelizmente, a tendência alarga-se a outras modalidades, à medida em que o seu valor económico se eleva.
É contra este mundo de mentiras e de oportunismos que o actual presidente do Sporting tem lutado com unhas e dentes e, com isso, conseguiu recuperar, para o seu clube, a atenção e o respeito no estrangeiro já que, em Portugal, foram os seus sucessos abafados pela comunicação social dependente de outros interesses, seja de clubes sejam outros igualmente reprováveis.
Parece-me que a candidatura que disputa, pela primeira vez, a presidência do clube e que, mostram-no as circunstâncias, tem o apoio dos que se sentem incomodados com a actuação do actual presidente, se acomodará às circunstâncias que alguém que convidou para coordenador do futebol, Lazlo Boloni, que já reconheceu como impossibilidade a vitória que só a morte de Pinto da Costa ou de Filipe Vieira consentiria e, além do mais, tem revelado a maior ignorância sobre o Clube que se propõe liderar.
É seu direito querer presidir a um clube como o Sporting, mas seria seu dever respeitá-lo nas coisas que diz, sem o que se torna indigno dele.
Um futuro muito próximo, daqui a nove dias, dir-nos-á qual será o entendimento maioritário dos sportinguistas e, com isso, a sua decisão para o futuro do Sporting.

VIDA PARA ALÉM DA TERRA?



A possível existência de vida no Universo, para além da que existe na Terra e que tão afadigadamente procuramos como se tivéssemos medo de estar sós nesta imensidão, coloca-nos questões que, para além das científicas, são extremamente sérias.
A nossa fantasia, espelhada em muitas histórias e filmes muito imaginativos quanto ao que será a realidade universal e o futuro, apenas aborda questões materiais e os conflitos que, apesar de tudo, serão inevitáveis entre seres inteligentes que, porventura, em diversos lugares distantes, tenham constituído sociedades organizadas, mais ou menos evoluídas do que a nossa.
Há questões éticas e morais que nos levam a perguntar o que poderá ser um encontro entre seres distintos, as quais não serão obrigatoriamente amigáveis.
Para além disso haverá, sempre, um tronco comum, uma origem comum como a que fenómeno inicial que o Big Bang criou, tal como a Ciência o demonstrou em experiências recentes que confirmaram a existência de uma partícula mínima, o bosão de Higgs, através da qual um universo de energia pura se transforma em massa, parte da qual se constitui tudo aquilo de que nos damos conta e que, vertiginosamente se espalha no espaço infinito.
Mas uma outra parte da massa criada, a maior, não a conseguimos detectar materialmente, dando lugar a curiosíssimas reflexões sobre o universo que constitua e que poderá ser, por exemplo, paralelo ao nosso, a tal quinta dimensão que a ficção humana já aborda também.
Nem imagino a quantidade de hipóteses que a nossa imaginação pode construir a partir do que já é sabido, mas que não sei se alguma vez conseguiremos saber mais, já que o materialismo que as necessidades tendem a aumentar em vez de reduzir como seria de bom senso para equilibrar a vida humana com a Natureza de que é parte, poderão, segundo a própria Ciência, ser a causa do fim precoce desta Humanidade que não passa de uma das imensas espécies que vão aparecendo e desaparecendo ao longo de milhões de anos nesta Terra que habitamos.
O Planeta dos Macacos, um filme que, decerto, toda a gente viu, é uma abordagem singela de um futuro que poderá acontecer.
O que não quer dizer que nos não interessemos pelo que possa acontecer naqueles planetas "próximos" que a Nasa acaba de descobrir e que se situam a quarenta milhões de anos luz (1 ano luz é, em quilómetros, igual a cerca de 365 x 24 x 60 x 60 x 300.000 (dias, horas, minutos, segundos e velocidade da luz em km/segundo)!
É a nossa inteligência naturalmente curiosa a funcionar para saber mais, mas pouco cuidadosa com o uso que faz com aquilo que já conhece!


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

COMENTADORES RESISTENTES



Dá-me tristeza ver alguns idiotas a debitar, constantemente, loas e mais loas em programas de televisão, no que mais não fazem do que contribuir, com o seu baixo nível intelectual, para a estupidez generalizada que leva a iliteracia portuguesa ao pódio!
É assim a vida de um comentador, tem de saber de tudo e de todos no momento em que for preciso, o que significa que não saberá de nada nem de ninguém em tempo algum porque a sua vida é falar e debitar os disparates que lhe vierem à mente no momento, em vez de investigar, estudar, reflectir como se deve fazer antes de emitir juízos.
E numa coisa todos se equivalem, todos se julgam com a razão.
Não são génios nem estudiosos, tampouco me parecem pessoas capazes de ajudar a elevar o nível de um povo que, infelizmente, em vez disso o vai perdendo, baralhados pelos disparates que ouvem.
Têm de ganhar a vida que, muitas vezes, de outro modo não conseguiriam sem fingir que são as “enciclopédias” que aparentam ser no palavreado que vomitam em catadupas.
É raro aprender alguma coisa nesses programas “baratos” com que as televisões vão preenchendo as emissões nestes tempos de vida difícil. Programas que passam vezes sem conta para que fiquem bem vistos e bem sedimentados, nas cabeças dos papalvos que os escutam, os disparates que dizem.
E de tal modo o negócio é rentável que canais de televisão se especializaram nisso, na análise do que não conhecem, na exploração das desgraças que acontecem, na divulgação do que não sabem, na piada do palavrão que faz ecoar, numa pequena sala cheia de ouvintes pagos ou não, que sei eu, sorrisos, alarves uns, amarelos outros porque as piadas são, verdadeiramente, de merda!
Há os que falam de sexo e de pornografia com o saber de catedráticos que em outras coisas não usam o seu inútil tempo.
E há os que falam das vidas dos outros por falar, porque embirram com uns e se sentem atraídos por outros ou, talvez, porque têm de dizer alguma coisa, sem nunca se calarem como a sua ignorância recomendaria.
Daqui vai a minha vénia para os poucos que, de vez em quando, ali vêm mostrar o seu saber, porque falar barato não é coisa que faça, quem sabe, falar demais.