Eu
já tinha escrito aqui que as coisas iriam complicar-se lá para os lados da Geringonça,
onde a receita que permitiu a Costa tomar o poder sem o ganhar em eleições,
chegou ao fim.
Agora
duas coisas podem acontecer, ou a Geringonça se esgota por falta de ideias que
a alimentem ou vai mais adiante, embrenhando-se pelos campos das ideologias PCP
e BE onde, aliás, muitos socialistas parecem sentir-se muito bem. Até certo
ponto, já se vê, e um segundo momento de confronto acontecerá.
No
caso de a Geringonça se esgotar, podemos pensar que as coisas correram suficientemente
bem para o PS que, se realizadas eleições por esta altura, ele já teria votos
bastantes para uma maioria que lhe permitiria governar sozinho ou, se assim não
for, a feira que vai montar-se será digna de ser vista.
É
nítido que as divergências começam a surgir cada vez mais difíceis de ultrapassar,
quando o conseguem ser.
O
Secretário Geral da CGTP, Arménio Carlos diz agora que “A CGTP defende que os acordos entre o Governo e o PCP e o Bloco de
Esquerda (BE) estão "praticamente esgotados" e que são necessários
novos compromissos na área laboral, sem os quais "a coisa pode
complicar-se", pelo que, afirma, que o processo de negociações "tem
de ser evolutivo e procurar ir mais longe".
E se forem e disso resultarem benefícios que nos
satisfaçam, talvez seja boa a miscelânea que resulte, pelo menos durante mais
algum tempo.
O pior é que outro tempo está a chegar, se é que não
chegou já, um tempo com características para as quais não existe partido. Ou
melhor, até julguei que existisse quando li o documento inicial do recém
formado PAN (Pessoas, Animais e Natureza) que, infelizmente, apenas vejo
dedicar-se aos cães e gatinhos abandonados, já falou de touradas, mas que
perece que de Pessoas e do Ambiente de que necessitam para viver pouco ou nada sabe.
É pena.
Estará, deste modo, Portugal preparado para o futuro
próximo? Eu creio que não. Para o mais distante, estará ainda muito menos pois
os nossos políticos nem ideia farão do que possa ser.
Enfim, não sei o que sucederá por aqui em termos de
ideologias, mas parece-me que vamos com o passo diferente do que, lá por fora,
parecem estar a querer ir e alguns já vão.
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