Não
faço ideia do que tenha sido garantido, ou não, ao gestor convidado para presidente
da administração da Caixa Geral de Depósitos que pôs como condição não
apresentar a declaração de rendimentos prevista na lei.
Sabe-se
que a condição para aceitar foi essa e que, mesmo assim, ele foi empossado e
enquanto lá esteve terá feito bom trabalho.
Sendo
assim, a conclusão lógica é a de que a condição foi aceite ou, então, a de que
o homem é louco.
O
que se passou nas conversas que houve ou mesmo a razão por que foi feita
legislação específica sobre o assunto, eu não sei. Apenas é do meu conhecimento
o que dizem a Comunicação Social e os que acusam o ministro das finanças de ter
mentido dizendo que não acordou nada especial com António Domingues.
Manter
este diz que disse e que não disse não faz sentido algum e, por isso, penso que
a questão deve ser resolvida rapidamente para que não restem dúvidas, o que
parece que pode acontecer se o ministro se dispuser a voltar à Comissão de
Inquérito para esclarecer as dúvidas que possam subsistir ou quaisquer novos documentos
levantem.
Diz
o ditado que quem não deve não teme e diz a lei que ministro não está acima
dela.
Entretanto,
António Domigues já não é administrador, outro administrador já foi nomeado, a
Caixa pode prosseguir o seu caminho e espera-se que o tão falado financiamento
aconteça, o que o esclarecimento que a Oposição solicita não impede.
As
razões que vejo apresentar pelo Governo e pelos partidos que,
circunstancialmente, o apoiam, são de que não existe qualquer papel assinado
pelo ministro a concordar com a exigência de Domingues e pedem tranquilidade
para que o financiamento se possa fazer.
Parece-me
uma desculpa frouxa e sem sentido porque me parece muito mais útil à paz social
e ao futuro da Caixa o esclarecimento definitivo e rápido que ponha fim à questão que
impede, não sei porque, o financiamento de que necessita.
Quando
vejo tanta gente interessada em que um esclarecimento tão simples se não faça
do modo e no local onde deve ser feito, não posso deixar de pensar que alguma
coisa haverá para esconder e ficarei a pensar que, um dia, um ministro mentiu.
Preferia
que fosse esclarecido que não.
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