ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

DIA INTERNACIONAL DA LÍNGUA MATERNA



Hoje é o Dia Internacional da Língua Materna, um dos pilares mais fortes da nacionalidade, a qual, por isso devemos usar e preservar com o maior dos cuidados.
Infelizmente, não é esse o caso e são outras as razões que fazem com que a Língua Materna não seja respeitada como o deve ser, sendo, em vez disso, desprezada e maltratada, mais e mais a cada dia que passa.
Nem sei, mesmo, se é correcto dizer que ainda seja falada aquela que, desde sempre, foi a de Portugal.
E não me refiro apenas ao famigerado Acordo Ortográfico que não correspondeu à natural evolução que, com o tempo, a língua naturalmente sofre, mas sim a interesses que, de modo algum, conseguiu alcançar e a cuja correcção de erros e de disparates mais flagrantes, como os reconhecidos pela Academia das Ciências, o Governo se opõe!
Também não fiquei muito admirado, por tantas vezes que me dou conta de como  há muitos políticos que pouco bem sabem falar.
Além disso, com acordo ou sem acordo, é a toda a hora que se substituem palavras de português por outras, de um modo geral inglesas e sem qualquer necessidade de o fazer, apenas por mera estupidez ou bizarria que vai tornando a nossa língua um “crioulo” do inglês.
O mesmo se passa com as expressões idiomáticas que cada vez mais se afastam das que eram habituais e correntes, do que é claro exemplo trocar o clássico “24 horas por dia” pelo inglesado e piroso “24 sobre 24 horas” e outras coisas como aquela confusão entre pontos e vírgulas que nos deixa sem saber se o défice foi dois ponto três ou dois ponto um, quando deveríamos dizer dois vírgula qualquer coisa!
Poderia referir dezenas de palavras que correntemente são mal ditas, mesmo por quem seria suposto saber dize-las bem, tal como é o já vulgar “entreti-me” e muitas mais.
Tenho aqui escrito, por diversas vezes, sobre o miserável acordo ortográfico que razões tão pouco sensatas, mesmo descabidas, fizeram aprovar sem que o objectivo invocado se alcançasse.
Tempo desperdiçado que uso melhor na decisão de continuar a escrever como antes escrevia, mesmo que considere que algumas das alterações podem ser aceitáveis.
De nada valeu a pena o que tenha dito e, por isso, como diria o meu saudoso amigo Zé Pereira, “eu não devia ter feito este rodízio, mas fizi-o”.
Por que não falar assim?
Atingi o target? Obviamente, não!

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