
Mais
concluem os investigadores, entre outras coisas, que com a repetição, o cérebro adapta-se à desonestidade. Há uma adaptação
emocional e, a par da adaptação emocional à mentira, também a magnitude das
mentiras aumenta.
É um artigo extenso que os interessados nesta
matéria devem ler.
Eu li e apenas verifiquei que a equipa de
investigadores concluiu cientificamente aquilo que todos já sabíamos dos
mentirosos e que um ditado popular regista deste modo:
Coitado do mentiroso!
Mente uma vez, mente sempre,
E mesmo que diga a verdade,
Todos lhe dizem que mente.
É isso! A mentira torna-se um hábito e, ou se corta
pela raiz ou cresce cada vez mais.
Até o mestre Gepeto tinha esta noção ao fazer
crescer o nariz do Pinóquio quando mentia.
E eu vou estar mais atento porque me parece que os
narizes dos políticos andam a crescer, não sei se porque o homem da câmara a aproxima
demais, distorcendo-lhes as feições, se porque têm os investigadores do University
College razão nas conclusões a que chegaram. E o mestre Gepeto também.
E não consideraram os investigadores esta cena
triste que foi a nomeação da Administração da Caixa Geral de Depois em que as
mentiras e os “faz-de-conta” foram ridículos e, talvez porque a actividade cerebral
diminui depois da mentira, Presidente da república, Primeiro-Ministro e
Centeno, deixaram-se caçar no turbilhão da aselhice que mostrou a toda a gente
o que, aos poucos, se tornou evidente, por mais desmentido que fosse.
O Discurso do Ministro das Finanças foi patético e
fez-me pena o castigo que lhe impuseram daquela declaração pública mal amanhada.
O António Costa foi tentando passar entre os pingos
da tempestade e o Presidente engoliu um sapo, um daqueles bichinhos que adoram estes tempos de borrasca.
Um relatório deste episódio, ainda que vulgar na cena
política portuguesa, devia ser enviado aos investigadores, pois é em um caso
que merece ser estudado à luz das suas revelações científicas, as quais,
decerto, comprovaria.
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