Jerónimo
de Sousa, líder do PCP , afirma que os últimos anos de Portugal
confirmam que "o capitalismo não tem soluções para os problemas do mundo
contemporâneo".
É
óbvio que S Exa não lê o meu “jornal” senão saberia quantas vezes eu já nele
escrevi que o capitalismo não é solução para coisa nenhuma, afirmação ainda
mais abrangente do que a sua.
Aliás,
a limitação temporária que põe na sua afirmação faz-me pensar que Jerónimo nunca
terá lido Marx, pelo que o aconselho a ler. Porque vale a pena ler “O Capital”
com muita atenção, tendo em conta a altura em que foi escrito e dando de barato
os artifícios de que Marx se serviu em algumas das demonstrações que fez.
Por
vezes quase é preciso ler ao contrário, mas o homem sabia o que dizia.
Seja
como for, sobre os defeitos do capitalismo estamos de acordo Marx, Jerónimo e
eu. Apenas nenhum de nós resolveu o problema ou os problemas que o capitalismo
cria.
A
solução de Marx, mostrou a História que não serve, a de Jerónimo não sei qual
seja e talvez nem ele a saiba e a minha solução não passa de uma miragem que
tem por base uma realidade porventura impossível, porque o Homem é como é e…
pronto!
Mas
há uma coisa que sempre me espantou que é a de me parecer que os
anti-capitalistas não passam de capitalistas envergonhados porque nem imagino o
que seriam sem o capitalismo.
Dei-me
ao cuidado de dar uma vista de olhos em muitas das publicações do pós 25 de
Abril que ainda conservo, para recordar o que então escreveram os que tanto se
queixaram das preciosidades que a falta de liberdade fazia apodrecer no fundo
de gavetas.
E,
tal como ainda me parecia, não encontrei essas maravilhas nem as soluções
alternativas para este capitalismo que não presta.
Mas
encontrei um jornaleco que os anarquistas publicavam, creio que da iniciativa
de José de Brito, ao qual chamaram “merda” e apregoavam assim na baixa de
Lisboa “compre a merda da política… a política é só merda”.
Porventura
é, se não consegue resolver os problemas graves que a Humanidade enfrenta por
causa dos efeitos desse capitalismo que Jerónimo diz não ser capaz de resolver
os problemas contemporâneos.
Preparei-me
para escrever um livro, “as doenças da civilização”, no qual faria algumas
sugestões a que ninguém ligaria. Mas poderia o Jerónimo escrever o seu que
teria garantidas muitas leituras…
A
propósito, eu não sou mesmo anarquista! Mas por este andar...
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