ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

O DÉFICE E A DÍVIDA



É para portuguesinho desinformado ver que tanto o Governo como o Presidente da República enchem a boca com o grande feito que foi o défice alcançado no ano que passou e o Governo diz ser 2,3%.
Em notícias hoje publicadas, poderá ler-se, por exemplo, que “Bruxelas salienta que a arrecadação de receita foi inferior ao orçamentado em 2016 e que isso foi parcialmente compensado por receitas adicionais, que valeram 0,25% do PIB, através do Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado (PERES), e pela contenção de despesa’. Despesa prevista, já se vê, em programas de melhoramento da vida dos portugueses que se não verificou.
Sem as medidas extraordinárias, o défice orçamental português ‘ficaria nos 2,6% do PIB’, afirma a Comissão Europeia.
Confirmando-se esta estimativa de Bruxelas, o que só se saberá em Maio, Portugal terá ficado abaixo da meta de um défice de 2,5% em 2016, exigida pela Comissão Europeia no verão passado, aquando do encerramento do processo de sanções”.
Como o défice de qualquer maneira não é um objectivo em si, não será um indicador que valha a pena realçar se for alcançado com medidas extraordinárias porque mostra que, afinal, a economia portuguesa continua desequilibrada, sem recuperar a dinâmica que lhe permitirá recuperar e fazer baixar a dívida externa que, ultimamente, cresceu desmesuradamente, ao contrário do que deveria acontecer.
Se a esta dívida monstruosa juntarmos a dívida privada que estas informações de falsos sucessos ajudam a aumentar pelo consumo excessivo a que convidam, ficaremos a compreender porque Portugal não passa do “lixo” no “ranking” das empresas de notação financeira, assim como entenderemos o por que das preocupações dos analistas que, sem propósitos eleitoralistas, alertam para uma situação de alto risco, em vez de se congratularem com o fim da austeridade que não passa de uma leviandade que, mais tarde, pagaremos bem caro. Como é natural que aconteça.
Obviamente, a desconfiança quanto a défices futuros aumentou, prevendo a União Europeia que se verifiquem acima do que está definido que sejam.
E os juros sobem. Obviamente!



1 comentário:

  1. O país está de facto altamente endividado. E não é só o Estado, são também as empresas e as famílias. Este nível excessivo de endividamento é um obstáculo ao crescimento sustentável e põe em causa a estabilidade do sistema bancário, o qual está aparentemente repleto de crédito malparado. Mas o que me preocupa mais a nível das contas públicas é a segurança social. Será que é sustentável? Dada a tendência de envelhecimento e de diminuição da população, suspeito que não.

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