ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

COMENTADORES RESISTENTES



Dá-me tristeza ver alguns idiotas a debitar, constantemente, loas e mais loas em programas de televisão, no que mais não fazem do que contribuir, com o seu baixo nível intelectual, para a estupidez generalizada que leva a iliteracia portuguesa ao pódio!
É assim a vida de um comentador, tem de saber de tudo e de todos no momento em que for preciso, o que significa que não saberá de nada nem de ninguém em tempo algum porque a sua vida é falar e debitar os disparates que lhe vierem à mente no momento, em vez de investigar, estudar, reflectir como se deve fazer antes de emitir juízos.
E numa coisa todos se equivalem, todos se julgam com a razão.
Não são génios nem estudiosos, tampouco me parecem pessoas capazes de ajudar a elevar o nível de um povo que, infelizmente, em vez disso o vai perdendo, baralhados pelos disparates que ouvem.
Têm de ganhar a vida que, muitas vezes, de outro modo não conseguiriam sem fingir que são as “enciclopédias” que aparentam ser no palavreado que vomitam em catadupas.
É raro aprender alguma coisa nesses programas “baratos” com que as televisões vão preenchendo as emissões nestes tempos de vida difícil. Programas que passam vezes sem conta para que fiquem bem vistos e bem sedimentados, nas cabeças dos papalvos que os escutam, os disparates que dizem.
E de tal modo o negócio é rentável que canais de televisão se especializaram nisso, na análise do que não conhecem, na exploração das desgraças que acontecem, na divulgação do que não sabem, na piada do palavrão que faz ecoar, numa pequena sala cheia de ouvintes pagos ou não, que sei eu, sorrisos, alarves uns, amarelos outros porque as piadas são, verdadeiramente, de merda!
Há os que falam de sexo e de pornografia com o saber de catedráticos que em outras coisas não usam o seu inútil tempo.
E há os que falam das vidas dos outros por falar, porque embirram com uns e se sentem atraídos por outros ou, talvez, porque têm de dizer alguma coisa, sem nunca se calarem como a sua ignorância recomendaria.
Daqui vai a minha vénia para os poucos que, de vez em quando, ali vêm mostrar o seu saber, porque falar barato não é coisa que faça, quem sabe, falar demais.

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