Dá-me
tristeza ver alguns idiotas a debitar, constantemente, loas e mais loas em
programas de televisão, no que mais não fazem do que contribuir, com o seu
baixo nível intelectual, para a estupidez generalizada que leva a iliteracia
portuguesa ao pódio!
É
assim a vida de um comentador, tem de saber de tudo e de todos no momento em
que for preciso, o que significa que não saberá de nada nem de ninguém em tempo
algum porque a sua vida é falar e debitar os disparates que lhe vierem à mente
no momento, em vez de investigar, estudar, reflectir como se deve fazer antes
de emitir juízos.
E numa
coisa todos se equivalem, todos se julgam com a razão.
Não
são génios nem estudiosos, tampouco me parecem pessoas capazes de ajudar a
elevar o nível de um povo que, infelizmente, em vez disso o vai perdendo, baralhados
pelos disparates que ouvem.
Têm
de ganhar a vida que, muitas vezes, de outro modo não conseguiriam sem fingir
que são as “enciclopédias” que aparentam ser no palavreado que vomitam em
catadupas.
É
raro aprender alguma coisa nesses programas “baratos” com que as televisões vão
preenchendo as emissões nestes tempos de vida difícil. Programas que passam
vezes sem conta para que fiquem bem vistos e bem sedimentados, nas cabeças dos
papalvos que os escutam, os disparates que dizem.
E
de tal modo o negócio é rentável que canais de televisão se especializaram
nisso, na análise do que não conhecem, na exploração das desgraças que
acontecem, na divulgação do que não sabem, na piada do palavrão que faz ecoar,
numa pequena sala cheia de ouvintes pagos ou não, que sei eu, sorrisos, alarves
uns, amarelos outros porque as piadas são, verdadeiramente, de merda!
Há
os que falam de sexo e de pornografia com o saber de catedráticos que em outras
coisas não usam o seu inútil tempo.
E
há os que falam das vidas dos outros por falar, porque embirram com uns e se
sentem atraídos por outros ou, talvez, porque têm de dizer alguma coisa, sem
nunca se calarem como a sua ignorância recomendaria.
Daqui
vai a minha vénia para os poucos que, de vez em quando, ali vêm mostrar o seu
saber, porque falar barato não é coisa que faça, quem sabe, falar demais.
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