ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 18 de julho de 2012

A TEORIA DO QUANTO PIOR MELHOR


Dizia Cristo que era mais fácil vermos um minúsculo gão de pó no olho do vizinho sem nos darmos conta do argueiro que temos no nosso.
Mas diz o povo, também, que “o bom julgador por si julga”, ao que posso acrescentar “honi soit qui mal y pense”. Enfim várias citações que, de um modo ou de outro, se aplicam vezes demais aos comentadores que, neste país (eventualmente em outros também) não calam a sua ânsia de notoriedade e, sem digerirem melhor o que se passa, logo opinam. E como, Santo Deus!
Quando foram conhecidas as buscas que estavam a ser feitas na Caixa BI e no BES a propósito das privatizações da REN e da EDP, para muitos a conclusão foi óbvia: este governo que prometeu transparência nos processos de privatização que fizesse, afinal era como os outros! Quem poderia agora, de futuro, ter confiança no governo? Quem sabe se, por isso, D Januário o chamou corrupto…
Ontem, veio o DCIAP esclarecer que as buscas em curso nada têm a ver com as privatizações em si mesmas, as quais não estão em causa, mas, simplesmente, a intervenções pessoais e pontuais que é necessário esclarecer.
Escutei esta notícia, por acaso, uma só vez, sem o destaque e a ribombância da notícia inicial das buscas que nenhum pormenor ou razão de ser acrescentavam. Mais uma vez não dei conta de igual tratamento da notícia errada e do seu desmentido ou esclarecimento.
Será que à CS apenas interessam as parangonas que fazem vender e não as coisas vulgares que são as mais frequentes na vida?
Pensava eu que todos nós, portugueses, estaríamos profundamente interessados em que as coisas corressem bem para, o mais rapidamente possível, podermos voltar a ter uma vida normal, ainda que sem as “grandezas” e os disparates que nos perderam. Mas devia estar enganado porque estes pulos de alegria que parecem dar aqueles que, como certas pessoas, não gostam de ser sós, só me pode levar a pensar que continuam por aí os ressabiados que preferem os falhanços que podem redimir um ex-governo incapaz e leviano a um sucesso deste governo que possa beneficiar todos nós!
Esquisito, não é?

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