Já falei deste incidente estranho
que fez de Miguel Relvas doutor de aviário. Digo assim pela semelhança com a
rapidez com que se fazem crescer e engordar os frangos naquelas unidades de
produção que alimentam a voracidade do mercado!
A Declaração de Bolonha e, ao que parece, despachos de um ex-ministro da Educação, tornaram a responsabilidade
de garantir a qualificação de alguém perante a sociedade numa atitude que, dependendo de quem a
assume, é quase uma irresponsabilidade pelos muitos parâmetros subjectivos que
quase permitem justificar qualquer coisa que se queira.
Não vou entrar na polémica de julgar o que se tenha passado. Conheço demasiadamente bem o peso da responsabilidade de garantir a qualificação de alguém, a qual sempre assumi com o rigor e a verdade que o respeito pela sociedade a que pertenço me exigem. Durante muito tempo tive de o fazer e, na dúvida, sempre julguei a favor da sociedade, como entendo que deve ser feito.
Também nunca me apareceu alguém com tantos "créditos" como os que, em poucos anos de actividade, perante alguém Relvas justificou. Mas, por vezes, aparecem prodígios!
Não vou entrar na polémica de julgar o que se tenha passado. Conheço demasiadamente bem o peso da responsabilidade de garantir a qualificação de alguém, a qual sempre assumi com o rigor e a verdade que o respeito pela sociedade a que pertenço me exigem. Durante muito tempo tive de o fazer e, na dúvida, sempre julguei a favor da sociedade, como entendo que deve ser feito.
Também nunca me apareceu alguém com tantos "créditos" como os que, em poucos anos de actividade, perante alguém Relvas justificou. Mas, por vezes, aparecem prodígios!
Apesar de tudo, pensei que o caso se ficaria por
aqui, por uma por uma situação estranha que a “legalidade” consente. Mas não ficou…
Afinal, aquelas apreciações
minuciosas do currículo profissional de Miguel Relvas não existem, pelo menos
na forma detalhada que justifique os créditos que lhe foram atribuídos.
Colegas da turma a que se diz Miguel
Relvas pertenceu dizem nunca o ter visto por lá, nem sequer nos testes das
cadeiras que se diz ter feito!
Pelo menos metade dos membros do
Conselho Científico da Universidade afirma não ter participado na reunião que
apreciou o processo de atribuição de créditos ao candidato a doutor.
Levantam-se cada vez mais vozes
que pedem a Miguel Relvas para tomar a atitude própria em circunstâncias como esta
em que a credibilidade em alguém que, em princípio, deveria ser um exemplo, se
esgotou, sobretudo depois dos repetidos protestos de “consciência tranquila”
que o que agora já é sabido não consente.
Até agora, tenho considerado a
actuação deste governo como adequada às circunstâncias em que “herdou” o país,
o modo como tem enfrentado adversidades que o exterior lhe impõe e, por isso,
terei dificuldade em aceitar que, por uma questão de princípios correntes de
ética social, se deixe prejudicar por uma atitude em que um dos seus ministros
não terá dado o melhor dos exemplos…
Penso que Miguel Relvas deveria demitir-se já porque não
haverá inspecção do Ministério da Educação que consiga limpar ou sujar mais
ainda a imagem das circunstâncias estranhas e, aparentemente, de favorecimento
discriminatório, nas quais Relvas conseguiu o bacharelato que permite chamar-lhe
doutor!
Portugal necessita de tranquilidade para fazer as coisas
difíceis que a recuperação da sua credibilidade exige, entre as quais
mostrarmos ser pessoas credíveis!
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