Senti muito a falta de Vitorino
Nemésio que no seu “se bem me lembro” me deixava preso ao que, no seu acentuado
português dos Açores, contava com uma naturalidade difícil de igualar.
Aprendia-se um pouco de tudo com
o que ele dizia e, sobretudo, ficava-se com a alma aliviada. Foi uma perda
enorme quando nos deixou.
Hoje, a morte de José Hermano
Saraiva é outra notícia infausta que, tal como a daquele açoriano maravilhoso, nos
priva de uma “companhia” que outra não pode substituir.
Aquelas histórias da História que
só ele, tão bem, sabia contar, prendiam o mais distraído dos que as escutavam.
Quanto trabalho de pesquisa e de interpretação desenvolveu neste país tão
carente de memória! É uma perda irreparável mesmo pensando que, como é hábito
dizer-se, ninguém é insubstituível.
O imenso acervo de programas de
que a RTP dispõe, quer de um quer de outro, é uma preciosidade que deveria ser
aproveitada para, em horário nobre, aquele que as televisões desperdiçam com
telenovelas de baixíssima qualidade na ficção e na literatura, mostrar a todo
um povo que precisa de se reencontrar, como necessita de outros objectivos para
além das tricas e nicas deste dia a dia sem graça.
Assim a RTP contribuiria para a
educação de um povo que pouco conhece da sua maravilhosa história!
Deveria! Mas não acredito que o
faça!
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