Tudo isto era já sabido a quando das eleições das quais resultou o segundo governo do “engenheiro” que o Partido Socialista apoiou calorosamente, apesar das muitas chamadas de atenção para os perigos que se corriam com o prosseguimento da sua política! Apesar disso, os portugueses escolheram, de novo, Sócrates para continuar uma governação com a qual dava uma falsa ilusão de prosperidade num Estado Social cujos custos estavam muito para além das possibilidades do país para o manter.
O crédito era fácil e o controlo do endividamento dos bancos e das famílias era praticamente nulo. Só a poucos surpreendia esta “riqueza” qua não a outros que a deveriam julgar caída do céu e a quase todos permitia ter casa própria, mudar de carro frequentemente, ter a melhor tecnologia em casa, encher restaurantes, estádios e teatros. Apenas uma pequena parte dos portugueses conhecia, realmente, o custo da vida e o esforço necessário para se ter alguma coisa e, por isso, temia os resultados desta euforia de desperdício, da “felicidade” neste novo paraíso onde para sobreviver não era preciso mais do que levantar o dinheiro que o Estado, a muitos, entregava a troco de nada!
Tornámo-nos num país de novos ricos que conquistaram, julgando que definitivamente, o direito de o serem! É esse direito que reclamam agora em manifestações que, em vez disso, deveriam ser um “acto de contrição” pelos muitos erros cometidos, pelo aproveitamento de uma vida fácil que, sem qualquer dúvida, alguém, alguma vez, teria de pagar.
Por tudo isto, um país cheio de dívidas e desequilibrado era o ponto de partida de uma tarefa árdua para um novo governo que tinha recebido, de uma Troika, uma pauta com as medidas que deveria adoptar em contrapartida dos financiamentos indispensáveis para evitar a bancarrota.
Todos esperaríamos um bom senso capaz de aliviar as dores que, bem depressa, tomaram o lugar da felicidade que um socialismo, desequilibrado e oportunista, antes parecia proporcionar.
Depois de opiniões e mais opiniões de muitos que, pelo que se pode ver, nem sabiam muito bem o que diziam, tornaram-se óbvios os maus resultados de uma política de dura austeridade que, para além do curto prazo, só poderia ter como consequência o descalabro.
Só não vêem isso o Governo, a Troika e a Srª Merkel, para os quais as torturas que nos impõem devem ser o castigo que julgam merecermos pelas leviandades que cometemos, porque até o FMI já reconheceu o erro do excesso de austeridade que a Alemanha insiste em impor-nos.
É tempo de alterar esta política de usura que nos pretende tirar tudo, sem nos deixar nada com que possamos recomeçar. É tempo de nos mostrarmos unidos para exigir dos governantes não o reconhecimento de sermos o melhor povo do mundo mas o direito de sermos defendidos dos usurários.
Não serão as medidas sem nexo e demagógicas da CGTP que nos salvarão deste inferno, mas sim um plano de recuperação adequado e humano, como o reconhecem o Presidente da República e dois ex-Presidentes, Ramaho Eanes e Sampaio.
Só a extrema-esquerda e Mário Soares pretendem a confusão de uma crise política que nos destruiria. E tudo fazem para que aconteça.
É hora do mea-culpa do partido Socialista que, com o Governo, deveria fazer a frente comum que se oponha ao incontornável expansionismo alemão que, antes, por duas vezes já teve por objectivo conquistar a Europa. Vamos deixá-lo, de novo, lançar a Europa no caos?
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