ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

O QUE SERÁ A REFUNDAÇÃO DO ACORDO COM A TROIKA?

Os inêxitos óbvios da política de recuperação que decorre em conformidade com o acordo que o último governo socialista fez com a Troika, aos quais se juntam as análises do FMI que Christine Lagarde deu a conhecer sobre os malefícios da austeridade excessiva, tornam cada vez mais evidente a necessidade de uma revisão profunda do caminho que deva ser seguido.
Em face das circunstâncias, pouco ou nada haveria a fazer nos primeiros tempos após o pedido de resgate senão cumprir as imposições que, para evitar a bancarrota, nos foram ditadas.
Agora, porém e em face dos resultados, é indispensável questionar tal acordo e as medidas que contém e, tudo leva a crer, nos encaminha não para a recuperação mas para uma situação que fez dos gregos um povo infeliz e destroçado.
Não se pode ser demasiadamente apressado quando se fazem certas coisas ou se têm certas intenções, mas há um momento para além do qual, as hesitações fazem perder tempo e meios que jamais se recuperam. Creio ser isto que o governo quis dizer. Por isso, julgou ser chegada a hora de Portugal fazer uma forte frente comum que possa dizer à Troika que queremos seguir outro caminho que honre os nossos compromissos, sem dúvida, mas que nos permita o desafogo sem o qual jamais chegaremos ao fim deste que estamos a percorrer. Por isso pede ao PS que se lhe junte nessa tarefa árdua.
Marcelo Rebelo de Sousa considera um disparate monumental esta atitude do governo que, assim, libertaria o PS do que, de algum modo ainda o responsabiliza nos maus momentos que o país vive. É verdade, mas de que serve ao país, de que serve a todos nós que se continue um disparate apenas por esta razão? Não será uma razão mesquinha, como o costumam ser as picardias da política, que deve ser substituída por outra mais nobre que é a salvação do país? Eu julgo que sim.
Ao mesmo tempo, sem justificação digna de um homem de Estado é a reacção de Seguro, o Secretário Geral do PS, quando, antecipando medos que nada justifica temer, como o desmantelamento do Estado Social, faz a pergunta: o que é a refundação?
Tanta ingenuidade só pode trazer-me à ideia uma história antiga como aquela da Maria que saía de casa apressada e com vestes que não eram as de andar todos os dias. Foi o que intrigou uma amiga que lhe perguntou:
  • onde vais tão bem arranjada e tão apressada, Maria?
  • o meu António chega do quartel e pediu-me para ir ter com ele para fazermos um pouco de amor platónico...
  • o que é isso de amor platónico, Maria?
  • Olha que não sei, mas à cautela tomei banho!

Sem comentários:

Enviar um comentário