Os
inêxitos óbvios da política de recuperação que decorre em
conformidade com o acordo que o último governo socialista fez com a
Troika, aos quais se juntam as análises do FMI que Christine Lagarde
deu a conhecer sobre os malefícios da austeridade excessiva, tornam
cada vez mais evidente a necessidade de uma revisão profunda do
caminho que deva ser seguido.
Em
face das circunstâncias, pouco ou nada haveria a fazer nos primeiros
tempos após o pedido de resgate senão cumprir as imposições que,
para evitar a bancarrota, nos foram ditadas.
Agora,
porém e em face dos resultados, é indispensável questionar tal
acordo e as medidas que contém e, tudo leva a crer, nos encaminha
não para a recuperação mas para uma situação que fez dos gregos
um povo infeliz e destroçado.
Não
se pode ser demasiadamente apressado quando se fazem certas coisas ou
se têm certas intenções, mas há um momento para além do qual, as
hesitações fazem perder tempo e meios que jamais se recuperam.
Creio ser isto que o governo quis dizer. Por isso, julgou ser chegada
a hora de Portugal fazer uma forte frente comum que possa dizer à
Troika que queremos seguir outro caminho que honre os nossos
compromissos, sem dúvida, mas que nos permita o desafogo sem o qual
jamais chegaremos ao fim deste que estamos a percorrer. Por isso pede
ao PS que se lhe junte nessa tarefa árdua.
Marcelo
Rebelo de Sousa considera um disparate monumental esta atitude do
governo que, assim, libertaria o PS do que, de algum modo ainda o
responsabiliza nos maus momentos que o país vive. É verdade, mas de
que serve ao país, de que serve a todos nós que se continue um
disparate apenas por esta razão? Não será uma razão mesquinha,
como o costumam ser as picardias da política, que deve ser
substituída por outra mais nobre que é a salvação do país? Eu
julgo que sim.
Ao mesmo tempo, sem
justificação digna de um homem de Estado é a reacção de Seguro,
o Secretário Geral do PS, quando, antecipando medos que nada
justifica temer, como o desmantelamento do Estado Social, faz a pergunta: o que é a refundação?
Tanta
ingenuidade só pode trazer-me à ideia uma história antiga como
aquela da Maria que saía de casa apressada e com vestes que não
eram as de andar todos os dias. Foi o que intrigou uma amiga que lhe
perguntou:
- onde vais tão bem arranjada e tão apressada, Maria?
- o meu António chega do quartel e pediu-me para ir ter com ele para fazermos um pouco de amor platónico...
- o que é isso de amor platónico, Maria?
- Olha que não sei, mas à cautela tomei banho!
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