Ainda
não entendi muito bem, ou até nada, o papel da Comunicação Social
neste momento tão difícil da vida de Portugal, quando tanta coisa
está em risco e o futuro de nós próprios, dos nossos filhos e dos
nossos netos não está assegurado, quando o acumular de tensões
pode fazer explodir milhões de barris de pólvora.
Por
vezes a “informação” cheira-me a mal dizer, outras vezes a
conversa de chacha e, muitas vezes também, a provocação, raramente
me dando conta do bom senso que dela deveríamos esperar ou do rigor
do qual nunca deveria abdicar.
Qualquer
jornalista sabe o que vai ouvir se entrevistar o D Januário ou o
Otelo, por exemplo, cujos discursos não variam rigorosamente nada.
Discursos prenhes de ideias feitas e de lugares comuns, de
distorções graves da realidade e de agravos aos princípios que a
Democracia nos impõe. Por isso não vejo onde, nessas entrevistas repetidas,
esteja a novidade que a informação deve conter e sem a qual o não
é.
E
mais uma vez foi entrevistado o “célebre capitão de Abril” que,
uma vez mais, também, vem falar de revolução e, desta vez, sem
cravos!
Diz
Otelo, numa entrevista à Lusa, que é diariamente confrontado com
“anónimos” que o convidam a fazer uma nova revolução, “agora
sem cravos”. Uma entrevista que se segue a outras onde, claramente,
se referiu ao mesmo assunto.
Esta
angústia em que vivemos não nos deixa indiferentes a entrevistas
como esta que, por certo, não deixará de ter efeitos nefastos em
espíritos fracos ou enfraquecidos por tantas dificuldades que nos
assolam e, por isso, se não dão conta dos disparates que contêm
seja pela sua natureza anti-democrática seja pela ignorância do que
seja esta “crise” que já envolve todo o mundo e se não
resolverá à força.
A
menos que a intenção seja dar razão ao realizador do “Planeta
dos Macacos”, esse inesquecível monumento à burrice humana.
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