Procurei
nos tempos da minha juventude algo que se adaptasse ao que se passa
neste país que, a cada dia que passa, se transforma num barulhento e
ridículo folclore de apressados que correm atrás do poder que
julgam estar alí já à mão.
As
atitudes comedidas parecem ter deixado de ter lugar e a “revolta”
contra o infortúnio que nos pudesse tornar decididos e fazer
vencedores foi subsituída por uma frente comum contra um “governo
de gatunos” que nos retira “conquistas” tão duramente
alcançadas e, não contente com isso, nos aumenta os impostos.
Perante
uma incompreensível passividade de Passos Coelho que parece desaparecido,
desdobram-se os incitadores da revolta que em tudo descobrem as
melhores razões para acusar um governo que ainda não atinou com a
melhor maneira de desfazer o nó cego que de outros governos herdou.
Num
país onde apenas a caridade evita que muitos já morram de fome, a
ostentação de riqueza ainda não passou de moda e parece impune aos
rigores deste tempo de vacas magras que vivemos, o que faz deles um
exemplo óbvio das atrocidade que, por aqui, se fazem.
Além
disso, uma comparação entre o que causou as dívidas que permitiram
dar ao país uma ideia de riqueza que não existe mas pela qual
prometeu o que não podemos ter e até fez tanta obra da qual nem
ttínhamos necessidade e aquele que, chamado à pedra pelos credores, tem agora
de pagar as dívidas contraídas nesse leviano festim, o antipático
e ladrão só pode ser este que tem de nos fazer notar que o tempo
das vacas gordas acabou e, em seu lugar, ficou uma dívida enorme
cujo pagamento nos exigem!
O
que será mais fácil de explicar àquele a quem o Estado pede o que
precisa: que está a contribuir para a restauração do país ou que
o estão a roubar? A resposta é óbvia e disso muitos pretendem retirar as vantagens que as suas inconcebíveis ideias e propostas lhes não granjeam.
Num
país onde quase toda a gente se habituou a não ter de resolver os seus
problemas porque "isso compete ao Estado", é fácil chamar gatunos aos
que não fazem o que, por absoluta falta de meios, não podem fazer. Tornou-se evidente que fazê-lo, apenas apressa situações de carência como a que vivemos e nos torna mais do que dependentes de uma solidariedade que na Europa não existe e nos país se torna cada vez mais difícil.
“Os
Ridículos”, um jornal humorístico do qual ainda me lembro dos
meus tempos de rapaz, contava estas coisas com muita graça, fazendo
do humor a arma mais terrível contra os desmandos praticados.
E
puz-me a pensar o que publicariam eles hoje, neste dia em que
Francisco Louçã e Jerónomo de Sousa vão aparecer de mãos dadas
no Parlamento e com os seus votos que os dedeos do corpo humano quase
bastam para contar, vão propor uma Moção de Censura ao Governo,
numa atitude patética que uma prática democrática de quase
quarenta anos já não deveria gerar.
Entretanto,
as questões importantes ficam por tratar.
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