ACORDO ORTOGRÁFICO

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quinta-feira, 25 de outubro de 2012

RESISTÊNCIA


Tudo tem a sua resistência própria, a sua capacidade de resistir aos esforços a que é sujeito.
Um material qualquer, quando sujeito a um esforço, deforma-se. De modo temporário se, suspenso o esforço, retomar totalmente as suas características iniciais e de modo definitivo se o esforço provocar deformações das quais o material não recupera totalmente depois de aliviado. Em qualquer destes casos a deformação será tanto maior quanto maior o esforço o for, também. Porém, quando o esforço ultrapassa um certo valor, nem será sequer necessário aumentá-lo para que a deformação prossiga até à completa ruptura que se torna inevitável! Por isso, quando o propósito não for destruir o material, haverá que evitar sujeitá-lo a esforços dos quais não possa recuperar.
Investigamos em laboratório, caso a caso, como o material se comporta perante os esforços a que é submetido, a fim de conhecermos as condições em que pode ser utilizado.
Sucederá assim quando, em vez de um material qualquer, for um ser humano aquilo que é esforçado? Dizem que sim os especialistas em tortura que fazem das suas “câmaras” autênticos bancos de ensaios. Eles sabem haver um ponto para lá do qual a “resistência” é quebrada e o indivíduo perde toda a sua capacidade para recuperar do esforço a que é sujeito.
Muitas vezes me pergunto se estas serão conclusões aplicáveis quando o “esforço” se traduzir nos tormentos físicos e mentais a que a austeridade, de modo continuado e em crescendo, nos submete. E não posso deixar de pensar que sim porque haverá uma capacidade de suporte para além da qual apenas a ruptura poderá acontecer porque se anula a esperança em melhores dias, se perde a coragem necessária para vencer e se teme que, a maus dias, outros dias piores se possam seguir.

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