Se bem entendi, Passos Coelho fez,
no primeiro dia de discussão do orçamento, uma afirmação clara de que o que era
possível cortar na despesa tinha chegado ao fim. Penso que se referia aos
cortes significativos, com peso decisivo no orçamento e não àqueles que, apesar
de o não terem, manda o bom senso e a equidade que sejam feitos, também.
A partir daqui, apenas uma
reestruturação profunda do Estado permitirá ir mais longe nos cortes na despesa
que evite mais aumentos de impostos, o que, naturalmente, exige consensos
fortes e decididos nos representantes do povo na Assembleia da República. Por
isso, Passos Coelho os pediu.
É uma situação grave que precisa
de rápido esclarecimento e de rápida solução, sem o que não parece que o país
possa evitar o caos financeiro e social que tudo faz temer.
Sempre tenho procurado ser
objectivo nas análises que aqui deixo e, nesta altura, a crítica a fazer será
sobre o momento em que de tal facto o governo se dá conta. Não teria sido
possível que de tal se tivesse apercebido mais cedo? Não tenho modo de o saber
porque a organização do Estado não é uma coisa muito clara, mais parecendo um
labirinto onde, ao longo de muito tempo, se foram implantando organismos
diversos, alguns dos quais quase passam despercebidos nas razões da sua
existência e, até, na sua inutilidade.
Ao pedido do Primeiro Ministro
respondeu o líder do PS com a inacreditável atitude de a considerar resultante
do desnorte do governo, de a considerar tardia e, por isso, inaceitável!
Francamente, que poderá dizer-se
desta nega na participação no esforço para evitar piores males a este povo já
tão causticado por duras medidas? Não será isto colocar os próprios interesses
acima dos interesses do país? É, sem qualquer dúvida.
Depois, como diversas vezes já
aqui referi, há imposições legais que não permitem alterações no que a
Constituição considera “direitos” ou “princípios” intocáveis, ainda que as
circunstâncias claramente mostrem que não são adequadas às potencialidades do
país para suportar os custos do que a Constituição consagra mas não paga.
Na impossibilidade de adaptar a
realidade à Constituição, terá de ser esta adaptada à realidade. Por mais
que a todos nos custe.
Mas muito mais custará se o não
fizermos.
Então, por muito que custe ao PS que jamais deveria esquecer a culpa que lhe cabe no drama que o país vive, a resposta de Seguro deveria ser MAIS VALE TARDE DO QUE NUNCA em vez de dizer tarde demais!
Então, por muito que custe ao PS que jamais deveria esquecer a culpa que lhe cabe no drama que o país vive, a resposta de Seguro deveria ser MAIS VALE TARDE DO QUE NUNCA em vez de dizer tarde demais!
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