ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 28 de outubro de 2012

QUE ESTADO SOCIAL?


Pela primeira vez oiço colocar a questão com alguma clareza, o que não é fácil neste mundo de tantos interesses desviados, mas onde as condições de vida reais fatalmente nos empurram para uma reflexão sobre o que aquilo de que dispomos nos pode proporcionar. É a questão de sobrevivência a que a dimensão finita deste espaço que habitamos nos obriga. É a questão da solidariedade para com o próximo, seja o que connosco convive seja o que depois de nós virá e a quem devemos legar um lugar adequado para viver.
Uma crise sem fim à vista, com soluções de austeridade crescente e a irresponsável ânsia de recuperar o estilo de vida que a ela nos fez chegar é uma boa razão para reflectir sobre o futuro sustentável que, afinal, podemos ter.
Não me surpreende, pois, que tantos desaires nas previsões convencionais numa economia que já não é mais o que era, tenham, finalmente, mostrado ao Governo a necessidade de redefinir o Estado Social que, tudo o indica, entrou em falência.
Tendo em vista esta reestruturação de objectivos possíveis, o Governo procura agregar o PS à reflexão e convida-o para participar na discussão do que deve ser o Estado Social que o país pode ter. É este, sem dúvida, o ponto de partida sem o qual toda a discussão cairá no vazio e não irá além do discurso conflitual característico da constante luta pelo poder que descura e, até, se opõe aos interesses nacionais.
Esta discussão ou estudo, como prefiram chamar-lhe, há muito que devia estar feito entre nós, porque há muito o fizeram pessoas para quem pensar o futuro é a missão. Há dezenas de anos que o chamado “walfare state” que providenciaria todas as necessidades dos cidadãos, não passa de uma miragem que uma visão atenta da realidade demonstra inalcançável.
Entre o nada a que a falta de senso por certo nos condenará e seja o que for que uma reflexão sensata nos mostre ser possível, está a diferença na qualidade de vida que poderemos garantir com as medidas que tomarmos, as sensatas que o Governo propõe para repensar o futuro ou as demagógicas que levam o PS a recusá-las!

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