ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 24 de março de 2014

A DUREZA DA VERDADE

Por vezes, as surpresas acontecem. Que o diga José Sócrates que, em vez da habitual interlocutora no programa de comentários que lhe consentem na RTP teve, pela frente, um jornalista experimentado, José Rodrigues dos Santos, que resolveu confrontar o agora comentador político com afirmações que fez nos seus tempos de primeiro-ministro.
Pareceu-me bem o que Rodrigues dos Santos fez, agora que Sócrates se dispõe a participar na campanha eleitoral do PS que deseja regressar às vitórias eleitorais, mesmo à custa de recusas de atitudes que muito beneficiariam Portugal.
Mas a memória onde tudo se guarda é, sempre, uma caixinha de surpresas da qual podem sair as coisas mais extraordinárias. Puxou por ela Rodrigues dos Santos que, naturalmente, quis entender por que razão, como comentarista ou oposicionista, Sócrates olha as coisas de um modo diferente de quando detinha o poder.
Sócrates parece ter esquecido o que sentia e pensava naqueles tempos de chefe do governo, quando se declarou, tal como Passos Coelho agora diz em face da crise grave que dele herdou, disposto a fazer tudo o que for necessário para alcançar as metas orçamentais, para o que um consenso é muito importante! E nisso se incluíam os abaixamentos de salários, os cortes e tantas demais coisas causadoras da austeridade que as circunstâncias impediram de evitar.
Foi tal a atrapalhação e a irritação de Sócrates perante a realidade a que Rodrigues dos Santos o expôs que acabou por confessar não estar “preparado” para tratar destas questões, como jamais o estará quando tem como explicação única serem agora as condições diferentes, porque o seu era um governo minoritário!!!

Será este o Sócrates que vai dar alento à campanha eleitoral do PS que recusa o “consenso” que antes pediu e não concorda que este governo faça os “cortes” necessários para alcançar das metas orçamentais, tal como antes o PS também fizera e mais se dispunha a fazer?


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