ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

sábado, 1 de março de 2014

É SEMPRE BOM RECORDAR...

Em Junho de 2010, em pleno “consulado” de José Sócrates, eu escrevia nestas minhas reflexões: “Para além de um PEC – Plano de Estabilidade e Crescimento – que de estabilidade e crescimento nada tem porque não passa de um pacote de medidas que aumentam as contribuições dos cidadãos para fazer face a uma despesa pública que não pára de crescer, diversas medidas avulsas vão reforçando o controlo do Estado que, deste modo, se vai tornando num repugnante a fascizante “Big Brother”.
Em consequência, temos um país cada vez mais dividido entre o que os cidadãos sentem no seu dia a dia e as “convicções” do governo traduzidas em declarações falaciosas e sem confirmação que já passaram por sermos o país com melhores condições para resistir à crise, por sermos o campeão europeu do crescimento económico, por conseguirmos reduzir a pobreza e o desemprego, entre outras “patranhas” cada vez menos convincentes.
O pior é que a estas iniciativas do governo, cada vez mais incoerentes, não contrapõe a oposição atitudes firmes para as impedir.” 

É estranha a falta de memória de tanta gente que hoje critica o Governo PSD/CDS exactamente como, outrora, criticava o do PS, desejando voltar a um “antigamente” que agora julga de sucesso.
Mas esta história teve um final bem diferente, que foi a queda no abismo da quase bancarrota, bem diferente da estória que contam os socialistas que, em vez disso, culpam o governo de Passos Coelho pelo que teve de fazer para amenizar as desgraças que um governo PS provocou, para firmar as bases da construção de um futuro melhor.
Não acredito na falta de memória dos políticos, mas não posso deixar de notar a falta de memória dos que, enfraquecidos pela austeridade que foram obrigados a viver, caem no ardiloso engodo dos que apenas têm em vista conquistar o poder que, por incompetência, perderam.
Dizem as sondagens que o PS será o vencedor das próximas eleições legislativas e, em consequência, lhe competirá formar governo. Nestas condições, por que iria cooperar com o Governo no plano de recuperação pós-Troika? Obviamente, sistematicamente o recusa e, com isso, todos acabaremos por perder!
O pior destas mudanças que a democracia da mera alternância consente é que os disparates se repetem sucessivamente, sem que, com eles, alguém aprenda alguma coisa.
E, assim, só poderemos ir de mal a pior, fazendo e desfazendo e dando ao mundo uma ideia de inconstância que não nos favorece quando dele necessitamos.


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