ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

E A CRISE CONTINUA

A 28 de Junho de 2010 eu escrevia pela primeira vez nestas “reflexões em tempos de crise” porque decidi juntar num lugar apenas o que ia dizendo e escrevendo por aqui e por ali e, como num diário, mais tarde pudesse ler para recordar e, porque não também, avaliar os juízos que, ao longo do tempo, fui fazendo.
E comecei assim “Sinto-me, sem dúvida, preocupado com o rumo que este país leva. Custa-me a entender como se pretende governar ao arrepio da sensatez, contra o que a maioria entende que deveria ser o caminho a seguir e numa táctica de “fuga para a frente” quando pouco ou nada se saberá dos tempos que se aproximam. Por isso, temerariamente se trilham caminhos desconhecidos, cujos perigos se não medem nem se acautelam”.
Multiplicavam-se as auto-estradas feitas em regime de PPP que tantos problemas hoje nos causam, insistia-se em projectos megalómanos como o novo aeroporto de Lisboa e os TGV, aumentavam-se o défice e a dívida cujos juros cresciam constantemente, caminhava-se, alegremente, para uma situação insustentável da qual a bancarrota seria o desfecho inevitável.
Tudo isto se fazia quando, já por todo o mundo, eram cada vez mais as vozes que alertavam para as consequências do que se passava numa economia onde os sinais de declínio se multiplicavam.
Também escrevi, nesse dia, que “A Europa está cheia de problemas e todos os países, sem excepção, têm de fazer reformas e cortes significativos. Por isso me preocupa a ligeireza do governo e, sobretudo, do Primeiro-Ministro que diz sentir-se só a puxar pelas energias do país, quando tem como política a construção de grandes  infra-estruturas que não correspondem às necessidades do país neste momento em que a pobreza cresce e a dívida externa se encontra já em níveis altamente preocupantes.
Terminei dizendo “ este será o erro de Sócrates quando pretende preparar o futuro segundo as mesmas regras que conduziram à crise!!!”
Erro que, com o a sua atitude política o revela, o PS nunca corrigiu.

Passaram já quase cinco anos e continuamos com sérios problemas que soluções mais ou menos atamancadas vão tentando resolver, com os economistas e políticos continuando a não querer ver onde está a verdadeira causa de tudo isto.
E a crise continua, pondo a nu as fraquezas de uma economia que parece não encontrar soluções para se manter, assumindo aspectos e originando circunstâncias que, por todo o mundo, promovem tensões sociais que acabam por descambar em violência, dando razão a quem diz “casa onde não há pão…”
Entretanto, o que vou lendo nas redes sociais não passa, maioritariamente, de chavões e maldizeres, senão mesmo piadas de muito mau gosto, em vez das reflexões que cada um de nós deveria fazer para descobrir a atitude mais certa nestes tempos conturbados em que cada um não quer ver as culpas que lhe cabem pelo modo como vive.



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