A realidade mostra que, na
História do socialismo e do seu modo próprio de manipular paixões, os gastos
excessivos necessários para dar ou consentir o que a realidade não consente, sempre
acabam por ter de ser compensados por uma austeridade qualquer cujos duros e
nefastos efeitos são, depois, atribuídos aos que têm a ingrata missão de os controlar.
É a velha questão que a História regista como a “morte do mensageiro” que não
altera a realidade da notícia que, simplesmente, trouxe.
É assim que acontece com
tanta gente que com a realidade nada aprende, mas da qual tiram partido os que,
de novo com promessas que não podem cumprir, voltam à disputa do poder que
facilmente podem conquistar com os votos dos que já esqueceram as razões pelas
quais sofrem.
A História do mundo e,
mais de perto, o que sucedeu já por três vezes em Portugal após o 25 de Abril,
com resgates financeiros a que devaneios socialistas obrigaram, dá razão à ex-primeira
ministra israelita Golda Meir quando afirma que “o socialismo existe enquanto dura
o dinheiro dos outros”. É uma verdade que a História não desmentiu
ainda.
O que se passa em Portugal
é a prova de duas coisas que, de tão repetidas, todos deveríamos ter sempre bem
presentes. Uma delas tem a ver com a memória curta que temos do que acontece e
nos leva a procurar no presente as causas que, inevitavelmente, se encontram no
passado. A outra é uma tendência que, qual tentação do abismo, nos leva a
acreditar nas falinhas mansas que já nos enganaram mas têm o poder de abafar a
voz da razão que jamais deveríamos calar.
Prometem-nos o Céu sem
penitência e, naturalmente, é esse o céu que desejamos, porque as penitências
são duras de pagar, tornando-se, por isso, mais forte a tentação. É deste modo
que o inferno se insinua e, descuidados, nele caímos sem qualquer forma de
redenção que não seja um duro sofrimento.
O arrebatante discurso dos
profetas da abastança soa bem a qualquer um que tenha dificuldades e pouca
força para as vencer. Por isso, quando eles falam das suas promessas de nos
darem um futuro melhor, mesmo sem jamais tornarem compreensível o modo como farão
acontecer as coisas boas que prometem, são tidos pelos salvadores das próprias
desgraças que causaram, em vez de os charlatães que já, por outras vezes, nos
enganaram. Esconjuram os “discurso da tanga” dos que aconselham a prudência de que
o socialismo não é capaz e arrebatam os ambiciosos e os desprevenidos que,
enganados, vão nas suas cantigas. E o ciclo repete-se, voltando, mais cedo ou
mais tarde, o momento em que alguém haverá de limpar a “porcaria” que fizeram.
Mas, nesta altura, a
questão coloca-se com muito mais gravidade, com consequências inevitavelmente
mais trágicas, porque o dinheiro dos outros deixará de existir bem mais
rapidamente do que por outras vezes já aconteceu.
É a maldição dos mercados.
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