Nesta democracia, da qual
as virtudes da alternância nunca bem
compreendi, é a mentira que impera nas promessas, jamais cumpridas, dos
programas eleitorais. Serve mais para satisfazer clientelas do que para fazer
melhor, sobretudo neste tempo de poucas alternativas que, cada vez mais, nivela
as ideologias pelo que a sensata gestão da escassez torne possível.
Mas a alternância persiste,
mesmo nestes tempos que tornaram evidente a completa falência de todas as
políticas conhecidas, e não impede os “conquistadores” de prometerem o que
sabem não poder cumprir, de fazerem o que nunca poderão fazer, porque se levou
o esbulho dos recursos naturais a níveis insustentáveis e se emporcalhou a
Natureza a um ponto que ela já não suporta.
São múltiplas as evidências
ao longo dos últimos decénios que desfizeram os sonhos do comunismo, puseram a
nu, em consequências desastrosas, os excessos do socialismo e evidenciam as
mentiras de um capitalismo egoísta e sem alma, no qual o bem comum não é, de
todo, preocupação.
Aproximam-se eleições e,
nas campanhas a que darão lugar, ouviremos as promessas que sempre ouvimos em
discursos inflamados ou nas romarias periódicas dos políticos que, assim,
fingem aproximar-se do povo que, esperando ser salvo, será enganado uma vez mais.
Empenhar-nos-emos em
disputas que não têm os nossos reais interesses como razão de ser. Uns fá-lo-ão
porque espreitam a sua vez de aproveitar as vantagens que o poder ou a sua
proximidade lhes podem trazer, outros porque preferem a balbúrdia ou a
truculência das disputas à reflexão esclarecedora da qual pode resultar a alternativa para transformar o mundo
num lugar melhor para todos.
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