No “contra-congresso” com
que o PS seguiu a reunião dos sociais-democratas, foi motivo de escândalo uma
frase do líder parlamentar do PSD, a qual serviu, na perfeição, os interesses da
batalha de contra-propaganda montada pelos socialistas.
Foi nisto que,
infelizmente, se tornou a disputa política em Portugal onde, seja para qual facção for, o “poleiro” se tornou mais importante do aquilo em que se
apoia, o que é pouco surpreendente nestes tempos de políticos de pequena
estatura, de fracas ideias mas com muito fortes ambições.
Disse Luis Montenegro que “as pessoas ainda não estão bem mas o país
está muito melhor”.
Qualquer pessoa que não
tivesse como propósito um ataque político, daqueles que caem bem e são bem
sucedidos nesta sociedade que, para seu mal, ainda não identificou bem os
problemas graves que tem pela frente, teria compreendido o que Montenegro quis dizer,
porque o país é mais do que o conjunto daqueles que o habitam ou nele nasceram.
O país tem o seu
território, os seus recursos, a sua História, as suas tradições e a sua
cultura, a sua organização, os seus órgãos de poder, as suas leis, as suas
relações internas e externas, os seus compromissos, enfim, muita coisa que vai
para além das pessoas que o habitam.
Seria, pois, natural compreender
o que Montenegro disse, não fora a guerrilha instalada que nada ajuda neste
tempo em que o “toque a rebate” deveria ser o que nos levaria a todos a
cooperar na tarefa de recuperação do país que é o nosso e não alimentar a
guerrilha do partido em que nos arregimentámos.
Mas são tiques difíceis de
ultrapassar, pelo que um político experiente, como, por certo, o é um líder parlamentar,
deveria pensar melhor o que diz ou, talvez, cuidar melhor o modo como diz a “verdade”
que pretende transmitir.
A verdade é que quando o
povo sentia que estava bem, o país estava mal, muito mal, e disso é prova a
ajuda urgente que teve de pedir. Agora que o país está melhor, ainda que não tanto
que não necessite de mais esforço ainda, os sacrifícios necessários para ser
assim, fazem o povo sentir-se mal, mesmo que tenha melhores condições
para, depois, vir a sentir -se melhor.
Mas é um descuido ou uma
incapacidade deste governo as muitas gafes tem cometido no seu relacionamento
com o povo do país que governa, gafes que alimentam a maledicência de uma
oposição que as procura com a mesma avidez com que uma galinha procura alimento
com as bicadas que dá no meio da areia, em vez de promover a participação no
esforço sem o qual o país se não erguerá ou o fará com mais sacrifícios e dor.
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