Não é de esperar que a
Oposição teça elogios ao Governo. Obviamente, porque o mais natural é que o
critique em consequência dos erros que encontre naquilo que o governo faz. É
mesmo essa a função democrática da oposição.
São modos diferentes de
ver as coisas, entendimentos diversos de como se deve fazer para resultar
melhor, porque não poderão ser outras as razões pelas quais a oposição critica
o governo, porque a Democracia que consente que ela exista não pode ter outra
intenção que não seja o bem de todos.
Não seria de esperar que
fosse de outro modo se outras intenções não houvesse, porventura bem mais
fortes, como são as que geram os confrontos que, simplesmente, têm em vista a
conquista do poder.
Olhando para o que se passa,
sem a pretensão de julgar estúpidos os que pelo poder se confrontam, fico a
pensar na ingénua ilusão periódica que nos leva a pensar que temos algum poder
que, pelo voto, delegamos nos que, com o patuá circunstancial mais conveniente para
explorar as nossas fraquezas e empolgar as nossas emoções, nos levam a crer
serem os melhores para nos governar.
Por isso os políticos
dizem, em cada momento, o que crêem que convencerá a maioria que os leve a vencer
nas eleições que se seguem, assegurando a alternância que a Democracia exige
para se consolidar e da qual os partidos necessitam para assegurarem o apoio das
suas clientelas, as quais, depois, generosamente recompensam.
Por isso me não surpreendi
ao escutar o discurso em que o secretário geral do PS põe os seus eleitores de
sobreaviso para as mentiras do Governo que, diz ele, tenta convencer-nos de um “milagre
económico” que não passa de uma fantasia que tem em vista as próximas eleições. Mas se,
de um lado, Seguro assegura não passarem de fantasias inebriantes os sucessos
que o governo apregoa, os quais, a serem verdade, tornariam mentira anteriores
certezas de Seguro em que tal jamais aconteceria, do outro lado, indicadores provenientes
de várias fontes e de diversas naturezas dizem que está a acontecer o que,
antes, Seguro criticava por não acontecer, como o crescimento do PIB, o aumento
da procura interna, o aumento das exportações, a redução do défice…
Enfim, é esta a Democracia que
temos que, a continuar assim, melhor serve os partidos do que os cidadãos que,
de tempos a tempos, se iludem com mentiras e com as promessas que, depois, verificam que os seus “heróis” não cumprem.
Acabo a pensar naquela
história bíblica de um pai moribundo que não quis partir sem, com um simples
molho de vimes, mostrar aos filhos como a “união faz a força”. Fáceis de partir
um a um, resistem a qualquer força quando em conjunto.
Porque não fazemos o mesmo?
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