ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

HERÓIS, AVENTUREIROS E DEMAGOGOS

Enquanto o Financial Times aponta Portugal como o herói inesperado da retoma europeia, apontando as exportações e o turismo como os sectores mais influentes, a Ministra das Finanças alerta para a necessidade de controlo financeiro ainda ao longo de muitos anos, receando que os sucessos já alcançados possam levar a crer estarem passados os problemas que nos obrigaram à austeridade a que loucuras passadas nos condenaram.
Eu diria que não será por muitos anos, mas para sempre, que Portugal terá de controlar os seus gastos e, mais do que isso, terá de deixar de ser perdulário no aproveitamento dos seus recursos naturais.
Hoje, amanhã ou daqui a muitos anos, os descuidos ou as atitudes demagógicas que levem a gastar mais do que os proveitos que a Natureza e o esforço permitam, sempre terá como consequência o descalabro a que o desprezo pela realidade dá lugar.
É este um ponto essencial do entendimento que tenho do estertor final desta economia consumista que, por egoísmo e ganância dos que dela se aproveitam, se alimenta dos vícios que facilmente adquirem e do comodismo a que rapidamente se acostumam os que produzem o trabalho produtivo do qual resulta a riqueza de que os especuladores, habilmente, se apropriam.
Portugal não tem dimensão territorial nem população que lhe permita ter algum peso significativo na economia global ou apenas europeia, de que ficará, de novo, refém quando a procura interna crescer sem que a produção interna a satisfaça, quando, de novo, julgarmos poder manter as “conquistas” em vez de nos entregarmos ao trabalho que a criação de riqueza exige.
É, por isso, que me espanta, ou talvez não, o pouco esforço que se investe no aproveitamento de tantos recursos, continentais e marítimos, sempre tão falados mas continuadamente desprezados. São temas de propaganda mas jamais campos de acção que deles retire as riquezas que poderiam gerar pelo esforço que, pelos vistos, não estamos dispostos a fazer. 


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