O Primeiro Ministro
afirmou que estamos hoje a viver mais de acordo com as nossas possibilidades e
não acima delas como acontecia num passado recente.
É verdade o que diz Passos
Coelho e é, sem dúvida, importante que seja assim, que se harmonize o que se
faz com aquilo que se pode fazer. Mas não basta!
Não se pode negar que o
governo de Passos Coelho conseguiu reduzir os gastos ao nível das receitas, ou
quase, o que lhe permite a afirmação que fez, mas isso não é bastante para se
dizer que vivemos o melhor possível com aquilo que temos.
É esta optimização que a
reestruturação do Estado, infelizmente nunca feita, permitiria, mesmo antes das
melhorias que possamos alcançar com o crescimento económico de que, a partir de
agora, sejamos capazes.
É nisto que reside a minha
principal discordância com as políticas deste governo que não soube, a par da
austeridade que não podia evitar, empreender as reformas adequadas à melhoria
da qualidade de vida que dependerá de como soubermos lidar com a mudança
inevitável a que a exiguidade de recursos nos obrigará.
Mas o pior de tudo é que a
oposição que ao governo é feita peca dos mesmos defeitos, aos quais se deve
acrescentar a pretensão, que julgo meramente eleitoralista, de poder repor os
gastos excessivos que foram a causa dos desequilíbrios financeiros a que as
contas públicas chegaram, mas que satisfariam as exigências dos que ainda não
compreenderam a impossibilidade de as satisfazer e, por isso, as reclamam.
Prepararemos bem o futuro
quando compreendermos que a melhoria da “qualidade de vida” dependerá muito
mais das “condições de vida” que formos capazes de criar do que do “nível de
vida” resultante da prosperidade financeira que esperamos alcançar.
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