Foi comandante dos que,
nas montanhas de Timor Leste, resistiu à dominação dos indonésios a quem os
americanos deram luz verde para ocupar aquela terra que a “revolução portuguesa”,
durante muito tempo, abandonou à sua sorte. Depois foi dirigente político do
novo país Timor Lorossai que, ao fim de muito tempo, conseguiu a desejada e
merecida independência.
Agora, quando se propõe
abandonar a política para, como diz, dar lugar aos mais jovens, Xanana esteve
em Lisboa e manifestou o seu pesar pela situação em que encontrou Portugal, a
qual, afirma, o choca profundamente.
Com o bom senso e a visão
de Estado que os políticos portugueses não revelam, Xanana contesta a “disputa do papel de herói” entre os
líderes políticos, quando "nestas ocasiões, temos que tentar todos
juntos resolver porque quem sofre é o povo."
Não
o irão ouvir os dirigentes políticos portugueses porque, em Portugal, fazer
oposição é, necessariamente, dizer mal do que o governo faça, mesmo que, como também
acontece, seja bem feito. Por isso é tão estúpido o diálogo político que tantas
vezes escutamos, com razões sem sentido e claramente reveladoras da luta pelo
poder permanentemente instalada.
O
tipo de política que se faz em Portugal, faz-me lembrar as capelinhas em que
cada qual se acolhe para defender os seus interesses e faz delas as trincheiras
de onde parte para o assalto ao poder que tanto anseia.
Xanana
também contesta esta “ordem mundial” que considera pouco humanista quando
proporciona tanto para uns e tão pouco para outros. Considera, também, este
sistema geral moribundo e falhado o sistema da União Europeia.
Sensibilizaram-me
muito estas declarações de Xanana que parece ser capaz de ver, de longe, o que
por aqui não vemos. Por isso, continuamos a desperdiçar a oportunidade de
sucesso que o unir de esforços nos poderia garantir.
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