ACORDO ORTOGRÁFICO

O autor dos textos deste jornal declara que NÃO aderiu ao Acordo Ortográfico e, por isso, continua a adoptar o anterior modo de escrever.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

NOVOS RETORNADOS?

O referendo que fez saber que a maioria dos suíços pretende que sejam estabelecidas quotas de imigrantes no país, contrariando o acordo com a União Europeia que estabelece o direito de livre circulação, dá conta da preocupação com que, mesmo nos países com economias consideradas mais sólidas, se olha o futuro que, dia após dia, nos faz temer cada vez mais sérias consequências das más práticas do passado.
Não sei, ainda, que consequências terá o acolhimento do resultado deste referendo mas, por certo, diversas se verificarão no relacionamento com o resto da Europa onde, também, a xenofobia, contrária ao espírito de união, se reforça nas preocupações pela inutilidade dos esforços para manter o vigor de uma economia cuja globalização está a dar muito maus resultados.
Por aqui, muito se tem falado da emigração à qual, dizem também, este governo forçou os portugueses que, sem emprego na sua terra, têm de demandar novas paragens para conseguir o que lhes permitirá viver. Mas pouco ou nada se tem dito do possível sucesso ou insucesso dos que emigraram, preferindo considera-los “problemas” dos quais nos livrámos e que, estatisticamente, ajudam a melhorar indicadores e a acrescentar alguma coisinha ao minguado quinhão que, do pouco que temos, a cada um dos que ficaram passa a caber.
Mas, pelas notícias que, de fora, me chegam sobre a austeridade e o desemprego que, afinal, não são “privilégios” do nosso país, fico a pensar no que acontecerá quando o que começa a parecer uma inevitabilidade vier a acontecer, a possibilidade do regresso em massa dos que partiram à procura de condições que, por todo o lado, já rareiam.
O reforço de uma “direita xenófoba” que, por toda a Europa, se robustece, faz crescer as dúvidas sobre o futuro de uma União que se constituiu e cresceu com pouca convicção de o vir a ser. O que sempre me pareceu.
Abrimos melhor os olhos e apercebemo-nos de enormes dificuldades que se aproximam e, definitivamente, nos farão ver como são ôcas e cínicas as promessas de um futuro melhor baseado em direitos e em conquistas que nada pode sustentar senão o trabalho árduo a que a vida obriga.
Desse trabalho há, sem dúvida, muito por aqui. Mas há poucos que o queiram fazer. Esta é a questão!


Sem comentários:

Enviar um comentário