ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

BEM PREGA FREI TOMÁS

Pode parecer embirração minha, mas não consigo encontrar uma razão séria e inteligente para a preferência que as sondagens atribuem ao PS de Seguro, por força dos lugares comuns de que o líder socialista se serve no seu estéril discurso político, debitando princípios e vulgaridades que bem poderiam constar de um qualquer compêndio de economia para totós.
Mais uma vez a minha boca se abriu de espanto perante as suas declarações no Lisbon Summit, em Cascais  onde, peremptoriamente, afirmou que o que o separa do Governo é a estratégia orçamental!
Pensava eu que seriam coisas mais profundas as que diferenciariam um “socialista” daqueles que considera “neo-liberais”, que seria um projecto de sociedade o que distanciasse Seguro do Governo ou, não havendo essa “separação”, como parece que não há, pelo menos explicasse de modo claro como promoveria o investimento num país financeiramente desacreditado, antes de, suficientemente, o organizar e regularizar as suas contas, de modo a recuperar a confiança que perdeu.
Afirma Seguro que "é fundamental equilibrar as contas públicas através da gestão da despesa e criar riqueza através do investimento", como se tal fosse uma descoberta notável da qual mais ninguém se lembrara ou coisas que não tivessem de ser, no início do processo de recuperação, planeadas de modo a que os efeitos de uma influenciassem positivamente os da outra, numa sequência em que, obviamente, não seriam os efeitos do investimento os primeiros a esperar.
De facto, como poderia um país quase falido, dependente dos mercados de capitais até para os financiamentos correntes da sua actividade administrativa, atrair os financiamentos que o fariam, de imediato, crescer economicamente? Terá de haver, naturalmente, uma sequência lógica que o OE não pode deixar de reflectir e corresponde a começar pela gestão da despesa, reduzindo-a a valores adequados à inversão da dinâmica financeira negativa, e da adopção de medidas e de incentivos que criem o desejo de investir como, aliás, começa a acontecer e corresponde à afirmação, também de Seguro, de que "Portugal deve criar um ambiente amigo e propício a esse investimento". Parece-me ser o que o Governo procurou fazer, melhor ou pior, o que, sem dúvida, requer tempo, porventura mais do que o que tem de tempo esta governação!
Como a maioria, certamente, eu gostaria de ver muitas coisas mudar para melhor, entre elas reaver a reforma a que, pelo meu trabalho e contributos ao longo de cinquenta anos, ganhei direito, mas não espero que isso aconteça com o país a ser governado por Seguro.
Esperava mais de um “socialista” que me parece, em vez de preparar o futuro que as circunstâncias consentem, se preparar para se aproveitar do que agora diz serem os erros do Governo, para deles tentar tirar proveito no seu tempo de governação. Se o tiver…


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