ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

SERÁ QUE O POVO JÁ ESQUECEU DE QUE “QUEM SE CURA NÃO SE REGALA”?

Que governo, em vésperas de eleições, tomaria, conscientemente, decisões impopulares, daquelas de que a oposição, facilmente, pode aproveitar-se para convencer os eleitores de que, mudando o governo, tudo será melhor? Um governo estúpido, com certeza, ou um governo inabalavelmente consciente das boas razões por que o faz, mas que não é capaz de as realçar para mostrar que são dores de cura e não de morte, como as que inspiraram o tão conhecido adágio “quem se cura não se regala”!
Infelizmente, a cultura da experiência de muito tempo a analisar a vida, deu lugar à sua negação, tal como o bom senso que faz os julgamentos justos deu lugar à precipitação de fazer sem pensar, porque é assim que nos dizem que é… e mais nada!
Não me canso de dizer que não vejo neste governo, nem de longe, o melhor que Portugal deveria ter nestes tempos de grandes dificuldades. Mas, pior do que isso, é que não vejo a alternativa que faria bem o que afirma que este governo faz mal. Pelo contrário, dou-me conta de um oportunismo sem par, daqueles que fazem dos sacrifícios do povo as razões para alcançar os favores do seu voto, sem jamais explicarem o que fariam para que fosse diferente e para que a abastança voltasse, sem jamais irem além da exploração das dores e da insatisfação dos que sofrem para os convencer da esperança que nenhuma razão pode trazer.
Por isso a intitulada “esquerda” fala de roubo, esquecendo, de todo e por exemplo, os que aconteceram no Serviço Nacional de Saúde e dos quais, quase diariamente as notícias nos dão conta, dizendo que o Governo quer, conscientemente, matar o que já encontrou quase morto, mergulhado em dívidas imensas, defraudado por esquemas de roubo descarado, enganado por quem lhe não dedicava o esforço a que se comprometeu.
Nem por ser, inegavelmente, assim, o incansável Arménio cala o insistente discurso da estupidez que afirma que “o Serviço Nacional de Saúde está doente porque o Governo está a degradá-lo conscientemente”, o que os insaciáveis do lucro fácil, das benesses e das conquistas não contestam, mas antes aplaudem, na esperança de não perderem o maná que lhes caía do céu. A verdade, porém, é que todos os excessos causam ressacas, como esta a que tantos excessos nos condenaram.
Não deveria o povo esquecer o que estes discursos intencionais escondem do universo das coisas reais, numa intenção óbvia de criar nos eleitores a disposição de “entregar o ouro ao bandido”, como acontece aos descuidados que, em vez de reflectir, escutam e se deixam levar pelo canto da sereia.

Talvez, depois de todas as ratazanas saírem das tocas, o Serviço Nacional de Saúde possa, finalmente, encontrar a vida e a pujança de que todos necessitamos.


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