Ouvi ontem, um filósofo
arengar sobre o “voluntarismo político” que considera indispensável para
sairmos desta situação que nos levou a perder quase tudo, mais dizendo que é
preciso um povo ter vontade e brio para poder ser o dono do seu destino.
Tempos houve em que tal
discurso estaria certo e levaria ao rubro as emoções, nos tempos do “querer é
poder” que faria de nós o que quiséssemos, independentemente de todos os
demais. Mas hoje não é assim nesta “aldeia global”, como alguém muito bem
chamou a este mundo onde todos têm a ver com todos e ninguém é verdadeiramente
dono do seu destino, onde já ninguém pode estar só nem esconder-se porque nada
fica mais distante do que um pequeno passo.
O voluntarismo que
despreza o entendimento das coisas e coloca na vontade todo o poder para
conseguir o que se quiser tem sido a causa do drama que vivemos neste país que
deixou de pensar por si e neste mundo que julga ser o Homem capaz de superar
todas as dificuldades, tenham elas a dimensão ou a natureza que tiverem.
Começa a ser longo demais o
tempo que nos mostra o erro deste modo de pensar, pois são demais as tentativas
falhadas para superar os problemas que, em vez disso, se acumulam, as teorias
contrariadas pela dureza da realidade, bem como demonstra a inutilidade do
voluntarismo ante o saber que é indispensável para o entendimento sem o qual
estes problemas de sobrevivência não têm solução.
Já não são as mezinhas de
outrora que podem curar as doenças de uma civilização enviesada, mas uma
reflexão profunda que, finalmente, nos faça compreender o mundo em que vivemos.
Há que avaliar as consequências de cada atitude que tomamos mas, sobretudo, há
que reconhecer os problemas causados pelas más decisões tomadas se é nossa
vontade evitar o desastre a que este caminho que trilhamos nos conduz!
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