ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 8 de fevereiro de 2014

MENTALIDADES DE NOVOS RICOS!

Ontem dei-me conta de mais dois aspectos desta questão já cansativa dos quadros do surrealista Miró que o BPN coleccionou e o governo de Sócrates nacionalizou.
A propósito, nunca entendi por que o governo de então foi tão pressuroso na nacionalização de um banco integrado num “esquema criminoso” ainda hoje mal desfiado, em vez de procurar outras soluções para garantia dos depósitos “normais” que por lá também havia, evitando pagar as contas dos que praticaram crimes que todos nós, os eternos pagantes, agora temos de suportar. Esta parece-me, até, a principal questão que deveria preocupar a Senhora Procuradora Geral da República até a ver completamente esclarecida e, também, severamente punidos os criminosos, porque a venda dos quadros de Miró não apoquenta, nem um bocadinho, a mim e a milhões de portugueses que fazem parte desta República por cujos reais interesses S Exa tem de zelar.
Mas fiquei a saber que a agora tão contestada venda dos quadros de Miró, pela qual se pedem as demissões sei lá de quem ou até do governo inteiro, já havia sido decidida naquele governo de Sócrates que nacionalizou o BPN, do que a maioria já perdeu a memória, bem como das culpas que, agora, descarrega em quem tenta corrigir o mal que já estava feito!
Também não me causa grande admiração que seja assim porque é natural “descarregar” em quem esteja mais á mão. Foi sempre assim que os fracos e os oportunistas fizeram.
Mas para além disto, deixou-me de boca aberta a pergunta, quase cândida (!), que um jornalista fez ao seu entrevistado que tentava explicar-lhe a questão dos já malfadados quadros cuja base de licitação no leilão em que seriam vendidos era, segundo se diz, de 75 milhões de euros, pouco mais ou menos… A pergunta foi: “mas estamos, financeiramente, assim tão mal que tenhamos necessidade desse dinheiro”?
Esse jornalista que, talvez antes desta cena pacóvia dos quadros de Miró, nem teria ouvido falar muito deste “artista” catalão, ainda menos, por certo, ouviu falar das preciosidades artísticas que, por esse nosso território, se degradam a cada dia que passa por falta de uns tostões para as recuperar. Arte portuguesa que faz parte da nossa cultura e deixamos que se perca por falta de dinheiro, enquanto andamos tão preocupados com a venda de uns quadros que à cultura portuguesa nada dizem.
Mentalidades de novos ricos!


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