Apesar do Protocolo de Kioto que
tem em vista compromissos internacionais para a redução da emissão dos gases de
estufa que a grande maioria dos cientistas considera responsáveis pelo efeito
antropogénico do “aquecimento global”, alguns ainda persistem na negação desta
influência por considerarem muito pequena a variação da quantidade de gases de
estufa na atmosfera. Mas fazem-no, sobretudo, porque as medidas cautelares que
aquele fenómeno requer prejudicam profundamente a economia do consumismo que
alimenta tantos interesses.
Mas os termómetros são categóricos
na detecção de aumentos que, desde há algumas décadas se verificam na Terra. As
estatísticas são eloquentes e os efeitos que se previam já começaram a chegar,
ano após ano, de um modo cada vez mais sentido.
Porém, não serão apenas os gases
de estufa que a actividade económica abundantemente produz, os responsáveis
pelas variações climáticas que já ninguém pode dizer que não nota nos rigores
dos invernos e dos verões, com vagas de frio e de calor cada vez mais sensíveis,
com cheias e secas cada vez mais prolongadas.
Há variações enormes na
superfície da Terra, com zonas urbanizadas cada vez mais extensas, com grandes
reduções nas áreas de florestas nas zonas tropicais, com uma acentuada poluição
dos oceanos onde, para além da poluição difusa, se acumulam resíduos, na sua maioria
plásticos, o que reduz significativamente a sua capacidade de absorção de
dióxido de carbono que, em consequência, se vai acumulando na atmosfera cujas
características altera.
Cientistas descobriram que as
profundas alterações climáticas que se verificam na América do Norte e na
Europa se devem à desaceleração da “corrente de jacto”(*) norte, o que, sei lá,
talvez seja consequência das alterações na densidade na atmosfera, resultantes
da sua progressiva poluição.
Enfim, haverá, ainda, muito para
estudar e para concluir para explicar estas alterações excessivamente bruscas a
que estamos a assistir, as quais se não conformam com a lentidão típica das
alterações naturais que acontecem ao longo de milénios ou de milhões de anos.
Os políticos não têm sido
diligentes na procura de alternativas a este tipo de vida que muitos crêem ser
a causa da brusquidão das alterações, sobre o que há cada vez menos dúvidas. Em
vez dos cuidados que a situação exige, os políticos, muitas vezes pela boca de
pseudo-cientistas que estão ao serviço de fortíssimos interesses económicos, tem procurado desdramatizar os seus
efeitos, ao sabor dos interesses ocasionais, uns recusando o protocolo, outros
através de num novo tipo de “economia” que promove compras de quotas de
poluição dos países mais poluentes aos que, com actividade económica residual,
pouco poluem, mas esperam a sua vez de, dinamizando a actividade económica,
assumirem o seu “direito” a poluir.
Mas
(*) Ventos fortes que sopram de Oeste, em correntes estreitas e pouco
espêssas que se situam na parte superior da troposfera, devidos à grande diferença de temperatura entre os Polos e o Equador.
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