ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

AS BRUSCAS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

Apesar do Protocolo de Kioto que tem em vista compromissos internacionais para a redução da emissão dos gases de estufa que a grande maioria dos cientistas considera responsáveis pelo efeito antropogénico do “aquecimento global”, alguns ainda persistem na negação desta influência por considerarem muito pequena a variação da quantidade de gases de estufa na atmosfera. Mas fazem-no, sobretudo, porque as medidas cautelares que aquele fenómeno requer prejudicam profundamente a economia do consumismo que alimenta tantos interesses.
Mas os termómetros são categóricos na detecção de aumentos que, desde há algumas décadas se verificam na Terra. As estatísticas são eloquentes e os efeitos que se previam já começaram a chegar, ano após ano, de um modo cada vez mais sentido.
Porém, não serão apenas os gases de estufa que a actividade económica abundantemente produz, os responsáveis pelas variações climáticas que já ninguém pode dizer que não nota nos rigores dos invernos e dos verões, com vagas de frio e de calor cada vez mais sensíveis, com cheias e secas cada vez mais prolongadas.
Há variações enormes na superfície da Terra, com zonas urbanizadas cada vez mais extensas, com grandes reduções nas áreas de florestas nas zonas tropicais, com uma acentuada poluição dos oceanos onde, para além da poluição difusa, se acumulam resíduos, na sua maioria plásticos, o que reduz significativamente a sua capacidade de absorção de dióxido de carbono que, em consequência, se vai acumulando na atmosfera cujas características altera.
Cientistas descobriram que as profundas alterações climáticas que se verificam na América do Norte e na Europa se devem à desaceleração da “corrente de jacto”(*) norte, o que, sei lá, talvez seja consequência das alterações na densidade na atmosfera, resultantes da sua progressiva poluição.
Enfim, haverá, ainda, muito para estudar e para concluir para explicar estas alterações excessivamente bruscas a que estamos a assistir, as quais se não conformam com a lentidão típica das alterações naturais que acontecem ao longo de milénios ou de milhões de anos.
Os políticos não têm sido diligentes na procura de alternativas a este tipo de vida que muitos crêem ser a causa da brusquidão das alterações, sobre o que há cada vez menos dúvidas. Em vez dos cuidados que a situação exige, os políticos, muitas vezes pela boca de pseudo-cientistas que estão ao serviço de fortíssimos interesses económicos, tem procurado desdramatizar os seus efeitos, ao sabor dos interesses ocasionais, uns recusando o protocolo, outros através de num novo tipo de “economia” que promove compras de quotas de poluição dos países mais poluentes aos que, com actividade económica residual, pouco poluem, mas esperam a sua vez de, dinamizando a actividade económica, assumirem o seu “direito” a poluir.
 Mas os efeitos têm já tal dimensão que se começa a notar preocupação séria com o que se passa e a serem notadas atitudes que alertam para o perigo que será atingir um ponto de não retorno nestas mudanças que, a continuarem, alterarão profundamente o nosso modo de viver.


(*) Ventos fortes que sopram de Oeste, em correntes estreitas e pouco espêssas que se situam na parte superior da troposfera, devidos à grande diferença de temperatura entre os Polos e o Equador.

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