Já me parecem demais os
casos em que uma fractura nítida entre a Rússia e o Ocidente (expressão que o
governo russo passou, de novo, a usar) se vai alargando, seja o diferendo a
Síria, a Ucrânia ou outra região qualquer onde interesses económicos e
políticos se confrontam.
Ainda me lembro de como a
Rússia construiu o seu império soviético após a segunda guerra mundial, como
foi alargando fronteiras e forçando a submissão de diversos países asiáticos e
europeus que, mais tarde, depois de derrubado o Muro de Berlim, julgaram ter
recuperado a liberdade.
Não posso esquecer as
preocupações que, por diversas vezes, o mundo inteiro viveu com receios de uma
nova guerra que, desta vez, teria consequências bem piores, inimagináveis até.
Felizmente superados os diversos incidentes que poderiam ter sido o seu começo,
respirou o mundo de alívio com a esperança de uma era de paz duradoura.
Mas, nesta altura, são
demasiadas os casos de instabilidade em todo o mundo e receio que as
dificuldades económicas que, também por todo o lado, se sentem ou se iludem com
atitudes que não podem durar para sempre, acabem por criar o clima político e
social propício a uma qualquer atitude de loucura generalizada.
Preocupa-me particularmente
o que se passa na Ucrânia, onde um confronto de interesses russos e ocidentais
é evidente e pode gerar extremismos que ultrapassem a razoabilidade de acordos
políticos. Mas não é de menosprezar o que se passa na Síria onde,
constantemente, são cometidos crimes contra a Humanidade, como o não é o que se
passa na Venezuela onde a inspiração de um “passarinho”, que tanto pode ser o “espírito
de Chavez” como a influência cubana, conduz a políticas de catástrofe social e
económica dificilmente suportáveis, bem como é preocupante o que se passa em
tantos outros lugares onde desgraças e mau viver se acumulam.
Não me parecendo que a
recuperação económica possível permita o regresso aos níveis de vida que uma
aparente superabundância nos levou a viver, o que poderia aliviar tensões, mas
que, pelo contrário, se degradarão por toda a parte, nada aplacará as desordens
que perturbarão a paz e, queira Deus que não, podem extremar os conflitos de
interesses que cada vez menos são possíveis de disfarçar.
Desta vez, será fria ou quente
a guerra que se travará? O pior é que a fronteira entre uma e outra é tão
instável como o nervosismo na ponta de um dedo que se coloca em cima de um
botão.
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