O modo de sair deste
processo de tutela financeira que está a ser o “resgate” a que os excessos do
passado nos conduziram, tem sido motivo de confronto no combate ridículo e
prejudicial para todos nós, em que o PS enfrenta o Governo. Se este diz assim logo
o outro diz assado, como se as difíceis decisões que numa situação complicada
como a que vivemos há que tomar, o pudessem ser pelo processo de moeda ao ar
ou em jeito de birra!
Mas, sobretudo agora,
quando o Governo afirma que uma decisão apenas será tomada mais tarde e, nem
sequer, descarta a possibilidade de um programa cautelar, o PS que antes defendera tal programa, diz, agora, que uma
saída não “limpa” será a prova definitiva do falhanço das políticas adoptadas.
Isto eu não considero
discussão política séria. Tampouco a considero discussão porque não passa de
oportunismo político que vai tomando a forma que, nas circunstâncias, mais
convier.
É esta falta de rigor do
PS que me faz recear o futuro que ele, muito provavelmente, vai gerir se ganhar
as próximas eleições legislativas, sem cuidar de olhar em volta para
compreender as cambiantes que devem condicionar as decisões que, a não ser
assim, serão fatalmente erradas.
A propósito da “saída à
irlandesa” que, para o PS, é prova inequívoca de sucesso, achei muito
interessante registar aqui o que o Jornal de Notícias dá hoje conta sobre o que
se passa com as economias europeias. A notícia publicada começa assim “A Comissão Europeia colocou, esta
quarta-feira, a Irlanda sob vigilância reforçada devido a desequilíbrios
macroeconómicos excessivos verificados no país que acabou de sair do programa
de assistência da troika”.
Mais adianta a notícia que
“A CE apontou esta quarta-feira, no
âmbito do "mecanismo de alerta de desequilíbrios macroeconómicos", 17 Estados-membros cuja situação
merece "análise aprofundada": Alemanha, Bélgica, Bulgária, Croácia,
Dinamarca, Eslovénia, Espanha, Finlândia, França, Holanda, Hungria, Itália,
Irlanda, Luxemburgo, Malta, Suécia e Reino Unido”.
Isto, a par do que diz o FMI que
não exclui a necessidade de novas medidas de austeridade porque “a crise ainda não terminou”, leva
a crer que têm razão os que dizem não se tratar de uma crise mas de um fim de
ciclo na economia mundial, o que, naturalmente, exigirá outros tipos de atitudes e de intervenções.
Além do mais, começa a
quebrar-se o frágil verniz com que têm tentado fazer-nos crer que a paz no
mundo seria duradoura!
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