Causa-me tristeza, mas não
admiração, que Seguro ande por essa Europa fora numa autêntica cruzada de
procura de parceiros de desgraça, junto dos quais coloca Portugal nas ruas da
amargura, dando dele a imagem de um país vencido e do qual só ele pode ser o
salvador!
Fizera o mesmo quando
Hollande fez vencer “novas” ideias para mudar a França e a Europa também,
ideias que Seguro dizia serem aquelas com que queria mudar Portugal, fazendo do
sucesso do seu amigo socialista francês a garantia do que, em Portugal, em
breve, iria acontecer. É pena que a desgraça do seu mentor o não tenha feito
reflectir melhor…
Agora, limitado às ideias
cujo alcance não ultrapassa o reduzido mundo das suas ambições políticas pessoais,
Seguro continua a procurar, fora do seu país e longe da sua gente, os apoios de
que necessita para as concretizar, em vez de se unir aos que, com o seu
partido, fariam o país mais forte, capaz de encontrar o seu caminho, tarefa que
requer o esforço de todos nós.
Seguro e o “seu PS” excluem-se,
reiteradamente, do seu dever de ajudar a pensar Portugal nesta hora de viragem
que não pode ser perdida porque é a hora de fazer de Portugal um lugar
privilegiado na ligação da Europa com o Novo Mundo que ajudou a descobrir.
Se Portugal foi a porta
para ligar o Velho ao Novo Mundo, deverá continuar a sê-lo na hora de retomar e
robustecer uma ligação indispensável para a Europa, porque tem todas as
condições para o ser, incluindo o apoio financeiro da UE que uma “maioria política
alargada” poderia tornar maior.
Em vez disso, Seguro prefere
o isolamento interno e foi, desta vez, mais claro ainda, definitivamente claro na
declaração das suas ambições, falando dos “novos actores” de que o país precisa
para por em prática novas políticas. Mas quais?
São a visão
míope do curto prazo a que o insustentável princípio da obrigatoriedade da alternância democrática obriga, porque não permite o planeamento do futuro, e a ignorância da realidade de um mundo diferente, as causas da visão romântica do passado em que Seguro baseia o seu projecto que, de modo algum, se encaixa no presente e, menos ainda, no
futuro que o passar do tempo fez exigentes de procedimentos realistas.
Não é, pois, o futuro de
Portugal o que preocupa Seguro. É o seu futuro político o que o faz excluir-se
de um processo histórico que, com ele ou sem ele, bom seria que se não
perdesse.
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