ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 5 de março de 2014

O ISOLAMENTO TEIMOSO DE SEGURO

Causa-me tristeza, mas não admiração, que Seguro ande por essa Europa fora numa autêntica cruzada de procura de parceiros de desgraça, junto dos quais coloca Portugal nas ruas da amargura, dando dele a imagem de um país vencido e do qual só ele pode ser o salvador!
Fizera o mesmo quando Hollande fez vencer “novas” ideias para mudar a França e a Europa também, ideias que Seguro dizia serem aquelas com que queria mudar Portugal, fazendo do sucesso do seu amigo socialista francês a garantia do que, em Portugal, em breve, iria acontecer. É pena que a desgraça do seu mentor o não tenha feito reflectir melhor…
Agora, limitado às ideias cujo alcance não ultrapassa o reduzido mundo das suas ambições políticas pessoais, Seguro continua a procurar, fora do seu país e longe da sua gente, os apoios de que necessita para as concretizar, em vez de se unir aos que, com o seu partido, fariam o país mais forte, capaz de encontrar o seu caminho, tarefa que requer o esforço de todos nós.  
Seguro e o “seu PS” excluem-se, reiteradamente, do seu dever de ajudar a pensar Portugal nesta hora de viragem que não pode ser perdida porque é a hora de fazer de Portugal um lugar privilegiado na ligação da Europa com o Novo Mundo que ajudou a descobrir.
Se Portugal foi a porta para ligar o Velho ao Novo Mundo, deverá continuar a sê-lo na hora de retomar e robustecer uma ligação indispensável para a Europa, porque tem todas as condições para o ser, incluindo o apoio financeiro da UE que uma “maioria política alargada” poderia tornar maior.
Em vez disso, Seguro prefere o isolamento interno e foi, desta vez, mais claro ainda, definitivamente claro na declaração das suas ambições, falando dos “novos actores” de que o país precisa para por em prática novas políticas. Mas quais?
São a visão míope do curto prazo a que o insustentável princípio da obrigatoriedade da alternância democrática obriga, porque não permite o planeamento do futuro, e a ignorância da realidade de um mundo diferente, as causas da visão romântica do passado em que Seguro baseia o seu projecto que, de modo algum, se encaixa no presente e, menos ainda, no futuro que o passar do tempo fez exigentes de procedimentos realistas.
Não é, pois, o futuro de Portugal o que preocupa Seguro. É o seu futuro político o que o faz excluir-se de um processo histórico que, com ele ou sem ele, bom seria que se não perdesse.


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