Quando, há alguns dias,
aqui escrevia perguntando se “a nova guerra vai ser fria ou quente”, naturalmente
pensava na situação que, então, se vivia na Ucrânia, a qual, como seria de
esperar, reavivou o confronto de interesses que, afinal, nunca deixou de
existir entre o Oriente e o Ocidente.
No ideal de muitos russos
continua viva a União Soviética, a experiência comunista em que, como em
qualquer regime, mas mais sentido nos mais dominadores, são uns servidos pelos
demais que servem, acumulam uns o que a outros é explorado. E como não existem
mordomias sem mordomos, o drama começa quando estes se querem tornar senhores
também!
Não creio que continuem a
existir as mesmas ânsias de domínio territorial de outrora. Na vez da
subjugação física que, em nome da liberdade, se condena, surgiram outras formas sinistras de dominação que, iludindo as regras de convivência e de direito que normas
internacionais impõem, subjugam ainda mais sem, contudo, parecer
desrespeitá-las.
O que se passa na Ucrânia
onde, na Crimeia, terra de tártaros que os russos deportaram e onde estabeleceram já uma “testa-de-ponte”, é um conflito
que pode destruir o frágil equilíbrio que a ONU, a muito custo, foi conseguindo
manter ao longo de anos, sempre na base de pressupostos como este que diz que na
Ucrânia “manda” a Rússia.
Sem que qualquer tratado
ou acordo o firmasse, a divisão territorial continua vigente, cada parte com a
sua área natural de influência.
E vai ser muito complicada
a saída para este conflito que opõe a vontade de libertação de um povo do
domínio tradicional de outro, sem que dele possa alhear-se a parte que os ucranianos
escolheram para nela se integrarem.
É o acabar de uma lei invisível que, em nome da “paz”, tem sido aceite, mas que subjuga povos até aos limites da sua capacidade de sofrimento.
É o acabar de uma lei invisível que, em nome da “paz”, tem sido aceite, mas que subjuga povos até aos limites da sua capacidade de sofrimento.
Nos casos indecisos, a
regra costuma ser a de quem chega primeiro. E na Crimeia, os russos já lá
estão!
Mas ainda a procissão vai
no adro que, porém, começa a ser pequeno demais para tantos que querem pegar no “andor”!As regras da permissividade estão postas em causa e penso que muita coisa vai mudar a partir de agora.
Sem comentários:
Enviar um comentário