ACORDO ORTOGRÁFICO

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terça-feira, 11 de março de 2014

A REESTRUTURAÇÃO DA DÍVIDA E O AMUO DO PS

O Consenso que os políticos em desempenho de funções, os que compõem e apoiam o Governo e os activos do PS, ainda não conseguiram, exibem-no, agora, setenta personalidades políticas das mais diversas tendências, num manifesto público sobre as vantagens da reestruturação da dívida portuguesa.
Não me surpreende que assim procedam, tais são as vantagens de uma reestruturação que, mesmo dilatando bastante o tempo de pagamento, tornaria um pouco mais leves os efeitos da austeridade que não evitariam de todo e não poderiam fazer abrandar o rigor orçamental que evitará que, outra vez, caiamos na situação de descontrolo e de carência financeira como a que nos levou à intervenção de resgate da qual estamos prestes a sair.
Nem, sequer, me passa pela cabeça que esta atitude não esteja nos planos do governo e que diversas iniciativas não tenham sido feitas nesse sentido. Sabemos, até, de uma que levou o ministro das finanças alemão a dizer publicamente que não era a altura para fazer tal proposta porque, sem dúvida, daria um sinal de fraqueza indesejado quando o período de tempo até ao final do resgate era ainda tão longo! Talvez, por isso, tenha sido adiado…
Mas é um caminho com diversos escolhos que começa por não depender apenas de nós e cujos efeitos junto dos mercados não são de menosprezar, sobretudo se não se aperceberem da existência de condições que não tornem maiores os riscos dos empréstimos que fizerem, como as que resultariam do tal consenso a que o PS se recusa, dizendo-se mal tratado pelo Governo ao longo desta governação.
A um conhecido socialista ouvi ontem dizer, num programa de TV, que o Governo não quis saber do PS na privatização da TAP ou da ANA, por exemplo. ..
E fiquei a pensar o que estas decisões teriam a ver com os planos de longo prazo, planos que ultrapassam o mandato, aqueles que estão em causa nos consensos de que Portugal necessita. E recordei-me, a propósito, dos pedidos que, a certo ponto com mais do que insistência, eram feitos ao governo socialista de Sócrates para não cometer as loucuras que foi fazendo! Os quais não atendeu também.
É este amuo inacreditável e egoísta do PS, o qual não consegue disfarçar a sua ansiedade na tomada do poder, que pode dar lugar às desconfianças que dificultem a reestruturação que estas setenta personalidades sugerem e que tantas vantagens nos poderia trazer. Mas haverá sempre um enorme "se" a condicionar.
Por isso me parece que o manifesto deveria ser bem escutado pelo PS.


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