O Consenso que os
políticos em desempenho de funções, os que compõem e apoiam o Governo e os
activos do PS, ainda não conseguiram, exibem-no, agora, setenta personalidades
políticas das mais diversas tendências, num manifesto público sobre as
vantagens da reestruturação da dívida portuguesa.
Não me surpreende que assim
procedam, tais são as vantagens de uma reestruturação que, mesmo dilatando
bastante o tempo de pagamento, tornaria um pouco mais leves os efeitos da
austeridade que não evitariam de todo e não poderiam fazer abrandar o rigor orçamental
que evitará que, outra vez, caiamos na situação de descontrolo e de carência
financeira como a que nos levou à intervenção de resgate da qual estamos
prestes a sair.
Nem, sequer, me passa pela
cabeça que esta atitude não esteja nos planos do governo e que diversas
iniciativas não tenham sido feitas nesse sentido. Sabemos, até, de uma que
levou o ministro das finanças alemão a dizer publicamente que não era a altura
para fazer tal proposta porque, sem dúvida, daria um sinal de fraqueza indesejado
quando o período de tempo até ao final do resgate era ainda tão longo! Talvez,
por isso, tenha sido adiado…
Mas é um caminho com
diversos escolhos que começa por não depender apenas de nós e cujos efeitos
junto dos mercados não são de menosprezar, sobretudo se não se aperceberem da
existência de condições que não tornem maiores os riscos dos empréstimos que
fizerem, como as que resultariam do tal consenso a que o PS se recusa,
dizendo-se mal tratado pelo Governo ao longo desta governação.
A um conhecido socialista ouvi ontem dizer, num programa de TV, que o Governo não quis saber do PS
na privatização da TAP ou da ANA, por exemplo. ..
E fiquei a pensar o que estas decisões teriam a ver com os planos de longo prazo, planos que ultrapassam o mandato, aqueles que estão em causa nos consensos de que Portugal necessita. E recordei-me, a propósito, dos pedidos que, a certo ponto com mais do que insistência, eram feitos ao governo socialista de Sócrates para não cometer as loucuras que foi fazendo! Os quais não atendeu também.
E fiquei a pensar o que estas decisões teriam a ver com os planos de longo prazo, planos que ultrapassam o mandato, aqueles que estão em causa nos consensos de que Portugal necessita. E recordei-me, a propósito, dos pedidos que, a certo ponto com mais do que insistência, eram feitos ao governo socialista de Sócrates para não cometer as loucuras que foi fazendo! Os quais não atendeu também.
É este amuo inacreditável e
egoísta do PS, o qual não consegue disfarçar a sua ansiedade na tomada do
poder, que pode dar lugar às desconfianças que dificultem a reestruturação que
estas setenta personalidades sugerem e que tantas vantagens nos poderia trazer. Mas haverá sempre um enorme "se" a condicionar.
Por isso me parece que o
manifesto deveria ser bem escutado pelo PS.
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