Depois do que se passou
num programa em que Rodrigues dos Santos entrevistou Sócrates, algumas vozes de
reprovação se fizeram ouvir, havendo até quem falasse da “cilada” que a RTP
montou ao seu comentarista!
O que eu vi naquela
entrevista foi o que espero ver quando o entrevistador sabe do seu ofício e faz
uma entrevista que dê a conhecer, àqueles a quem se destina, quem é e o que
pensa o entrevistado. Quero dizer, tal como Rodrigues dos Santos mais tarde se
viu forçado a explicar, que, numa entrevista séria, o entrevistador não é o “ponto”
que dá as “deixas” para o discurso que o entrevistado está disposto a fazer.
Assim, quando, como na
entrevista de que falo, se confronta o entrevistado com algumas possíveis
contradições do seu discurso ao longo do tempo, é dada a este a oportunidade de
as esclarecer ou de explicar o que tiver de ser explicado, de corrigir o entrevistador no que tenha tomado por contradições ou, por que não, explicar a sua mudança de modo de ver.
Não pode ser desculpa não
estar preparado para as perguntas que são feitas ou para as questões que sejam
colocadas porque se trata, apenas, de esclarecer o pensamento do entrevistado
e, sobre este, melhor do que ninguém ele poderá falar em qualquer momento. Porque é o SEU
pensamento.
Além disto, tratando-se de
um COMENTADOR HABITUAL ao qual as audiências do canal prestam atenção para se
esclarecer, será importante conhecer a clareza e a solidez do pensamento de
quem, com os comentários que faz, pretende influenciar o pensamento de quem o
escuta.
Por tudo isto achei
perfeita a entrevista que se tornou útil por dar a conhecer a fragilidade e a inconsistência
do pensamento base do “comentador” Sócrates e, com isso, a confiança que os seus comentários possam merecer.
Nota: ver "A DUREZA DA VERDADE"
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