É inútil tentar disfarçar
a total incapacidade para consertar esta economia degradada. Passou tempo
demais sem melhoras significativas e estáveis. As que se sentem não vão além do
alívio temporário que uma aspirina pode dar, enquanto o mundo continua a ser
consumido pelo mal de que sofre, porque as suas reduzidas reservas de anticorpos
já não conseguem conter a progressão de uma doença que disparates consecutivos
parecem piorar.
Pode o desespero levar
alguns a acreditar que as facilidades de outros tempos poderão acontecer de
novo, que, uma vez mais, será o Homem capaz de encontrar alternativas àquilo
que vai exaurindo ou, como dizem os que tudo perderão com o colapso que se
esforçam por disfarçar, que a “economia” já está a responder, a tirar-nos do
buraco em que caímos. É mentira porque esta “economia” não passa de uma
distorção grosseira daquele conceito simples do aproveitamento e da gestão do
que, pelo trabalho, deveria estar ao alcance de todos, mas que o amor ao dinheiro
perverteu.
Este mundo em que as impressoras
de papel moeda produzem mais “riqueza” do que o arado que revolve a terra, as
mãos que nela lançam as sementes, que controlam máquinas nas fábricas ou manejam
as redes de pesca no mar, pode ter inspirado o criador do Tio Patinhas mas não
deve inspirar a Humanidade que se destrói com a pilhagem que faz da Natureza da
qual, em vez de dono, não passa de uma pequena parte. Não passa, assim, de uma
via de autodestruição aquela pela qual a “economia” falida procura a sua
recuperação.
O nervosismo alastra e, um
pouco por toda a parte, revoltam-se e reclamam os seus direitos os que mais carências sentem e desesperam
dos “milagres” prometidos que, pelos vistos, já não há “socialismo” que consiga
fazer, como os não farão os nacionalismos exarcebados que uma solidariedade
global enganosa parece fortalecer.
Não se encontra a solução
nesta “civilização” condenada pelos resultados que alcançou e podem lançar o
mundo numa confusão como, há muito, não estamos habituados.
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