ACORDO ORTOGRÁFICO

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segunda-feira, 3 de março de 2014

O MUNDO ÀS AVESSAS

É inútil tentar disfarçar a total incapacidade para consertar esta economia degradada. Passou tempo demais sem melhoras significativas e estáveis. As que se sentem não vão além do alívio temporário que uma aspirina pode dar, enquanto o mundo continua a ser consumido pelo mal de que sofre, porque as suas reduzidas reservas de anticorpos já não conseguem conter a progressão de uma doença que disparates consecutivos parecem piorar.
Pode o desespero levar alguns a acreditar que as facilidades de outros tempos poderão acontecer de novo, que, uma vez mais, será o Homem capaz de encontrar alternativas àquilo que vai exaurindo ou, como dizem os que tudo perderão com o colapso que se esforçam por disfarçar, que a “economia” já está a responder, a tirar-nos do buraco em que caímos. É mentira porque esta “economia” não passa de uma distorção grosseira daquele conceito simples do aproveitamento e da gestão do que, pelo trabalho, deveria estar ao alcance de todos, mas que o amor ao dinheiro perverteu.
Este mundo em que as impressoras de papel moeda produzem mais “riqueza” do que o arado que revolve a terra, as mãos que nela lançam as sementes, que controlam máquinas nas fábricas ou manejam as redes de pesca no mar, pode ter inspirado o criador do Tio Patinhas mas não deve inspirar a Humanidade que se destrói com a pilhagem que faz da Natureza da qual, em vez de dono, não passa de uma pequena parte. Não passa, assim, de uma via de autodestruição aquela pela qual a “economia” falida procura a sua recuperação.
O nervosismo alastra e, um pouco por toda a parte, revoltam-se  e reclamam os seus direitos os que mais carências sentem e desesperam dos “milagres” prometidos que, pelos vistos, já não há “socialismo” que consiga fazer, como os não farão os nacionalismos exarcebados que uma solidariedade global enganosa parece fortalecer.
Não se encontra a solução nesta “civilização” condenada pelos resultados que alcançou e podem lançar o mundo numa confusão como, há muito, não estamos habituados.


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