ACORDO ORTOGRÁFICO

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quarta-feira, 7 de maio de 2014

AS CRÍTICAS E OS COMPROMISSOS QUE IMPLICAM

Que me importa que seja este, aquele ou o outro ainda quem governa o meu país se o fizer do modo que a todos nós permita viver o melhor que as nossas possibilidades o permitam? Nada me importa, seja ele quem for. Apenas não quero, porque disso estou farto, é que o meu país se deixe enganar de novo, agora que, depois de muito tempo de sacrifícios, a sua situação financeira se tornou clara, pelo que nada justificará mais equívocos que permitam a qualquer novo governante dizer “não imaginava que o país estivesse como está” ou qualquer candidato a governante condicionar as suas promessas eleitorais pela dúvida quanto ao que irá encontrar!
Por isso me chocou o que ontem ouvi a António Seguro. Diz ele poder garantir que, quando for Primeiro-Ministro, não haverá nem mais um despedimento na função pública e a carga fiscal não aumentará! Mas quando interrogado sobre se faria decrescer os impostos que considera excessivos, afirmou não o poder garantir. Como não garantiu mais nada.
É aqui que o meu entendimento das coisas se baralha. Não deveria Seguro garantir, como promessa eleitoral, que desfaria tudo o que este governo que critica fez e ele entendeu ter sido mal feito? Obviamente! Não deveria, tal como a este governo tem exigido, garantir que se demitirá se o não conseguir?
Por isso apenas me satisfaria que prometesse fazer regressar o país aos níveis de felicidade de há três anos atrás quando, como garante, estava melhor. Assim, reintegrar todos os funcionários despedidos, fazer os impostos regressar aos níveis anteriores, refazer o Serviço Nacional de Saúde que diz destruído, entre outras coisas, deveriam ser os seus compromissos sem quaisquer reticências.
Não o fará porque a dívida que este governo deixou aumentar lho não permitirá? Apenas por brincadeira o poderá dizer já que o acréscimo da dívida ao longo do tempo deste governo é o valor do resgate e respectivos custos ou seja, o que o anterior governo gastou a mais sem rendimento que lho permitisse e, desse modo, fez o país acreditar num bem-estar que os meios disponíveis não poderiam manter!
Por isso, mais me desconcerta que o governo que, como diz o líder socialista, fazia o país estar melhor, tenha sido o que sentiu a necessidade de pedir o resgate financeiro que evitou a bancarrota e todas as tragédias que lhe corresponderiam e, desse modo, assumiu os compromissos cujo cumprimento o governo que lhe sucedeu teve de garantir. Aquele governo que, no dizer de Seguro, fez o país ficar pior, decerto porque mostrou ao país os erros perigosos do caminho leviano que trilhava!

Há, sem qualquer dúvida, um enorme equívoco em tudo isto e, por essa razão, não vejo como poderá um país acreditar nas críticas de quem se recuse a assumir, se for governante, os compromissos que, naturalmente, delas resultem.


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