ACORDO ORTOGRÁFICO

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domingo, 25 de maio de 2014

E A MONTANHA PARIU O RATO

Quando, nas previsões, a abstenção ultrapassa 65%, parecem-me ridiculamente despropositadas as declarações de Assis porque a “grande e inequívoca votação dos portugueses no Partido Socialista”, a qual diz ser o “início de uma mudança” que o seu partido irá liderar, não passa, afinal, de pouco mais de 12% dos potenciais eleitores portugueses! Além disto, quando comparada com outras vitórias que, em circunstâncias idênticas, alcançou, é uma evidente derrota, do que os partidos da Aliança Portugal se não livraram, também.  
Os magros resultados alcançados pelos partidos do chamado “arco da governação” são, sem a menor dúvida, a verdadeira hecatombe, o “terramoto político” que aconteceu, enquanto a “vitória” que faz o PS considerar-se vencedor e ter o apoio da maioria dos portugueses não passa de um fracasso evidente de quem pediu uma punição exemplar para o Governo que considera responsável por todos os males que sofremos.
Se aconteceu a derrota esperada dos apoiantes de um Governo obrigado a uma inevitável política de austeridade que lhe não poderia granjear simpatia e, por longos períodos, não soube conduzir da melhor forma, também não aconteceu, de todo, o voto de confiança que faça de qualquer outro o partido obviamente preferido dos portugueses.
Foram poucos, muito poucos os portugueses que se dignaram corresponder aos apelos dos vários candidatos demonstrando, pelo contrário e muito claramente, o baixo nível de consideração em que têm os responsáveis pelas políticas das quais resultam os males que poderiam ter sido evitados.
O mesmo parece acontecer por toda a parte nesta Europa onde o protesto na condução política tradicional foi o mote de uma contestação que, ainda que em vários tons, foi suficientemente sonora para que seja ignorada.


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