ACORDO ORTOGRÁFICO

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sábado, 17 de maio de 2014

EUROPEIAS! COMO VÃO AS COISAS POR AQUI?

Todos temos reparado, por certo, que as intervenções dos candidatos ao Parlamento Europeu, tal como os programas eleitorais de diversos partidos, não apresentam ideias para combater a grande “desilusão europeia” que, a continuar, nos faz temer sobre o futuro de uma União em declínio ao ponto de por em risco os ideais dos que a conceberam como um espaço de solidariedade. Quase apenas se abordam temas de disputa local de poder e, mesmo assim, de um modo demagógico, não baseado em programas coerentes de acções e de atitudes pelas quais o futuro se possa tornar menos pesado do que este presente de desilusões.
Enquanto a Oposição faz apelo a uma grande “tareia” no Governo para o castigar pela sua “política de austeridade” que empobrece o país, os partidos que o apoiam têm de defender-se e pouco mais podem fazer. Naturalmente! É uma campanha para eleições europeias que, apesar disso, não inspira temas europeus e nos nacionais não vai além da altercação palavrosa que tem substituído a cooperação que a “salvação” de um país, também ele em declínio, necessitaria para sobreviver.
Para além das promessas atraentes que quem se apresenta a eleições sempre tem de fazer, não tem a Oposição propostas esclarecidas como alternativa e é evidente o seu único propósito de aproveitamento do desagrado de tantos e tantos a quem uma inevitável política austera retirou benesses e o regresso a uma vida de ilusório desafogo financeiro é o futuro feliz que desejam. Não apresenta soluções para o desemprego que em 2008 era crescente e ultrapassava já os 12%, nem para a emigração que, também então, era já tão intensa como o continuou a ser depois e não diz como, com o cotão do fundo dos bolsos, vai pagar o Estado Social esbanjador. Um Estado Social que consome recursos que não possuímos nem somos capazes de gerar, desorganizado, corrompido, prestador de maus serviços e acumulador da dívida que obrigou ao resgate que nos fez cair no poço húmido e escuro de onde tentamos sair, quando apenas um Estado Social racionalizado, bem dimensionado e compatível com o esforço de que somos capazes é possível de sustentar.
Mesmo sabendo não possuir quaisquer condições para fazer significativamente diferente daquilo que está a ser feito, a não ser trilhar, de novo, os “socráticos” caminhos de um endividamento que conduzirá a outra situação de ruptura financeira tal como Mário Soares antes já o havia feito, um governo do PS apenas pode ser penhor de uma tremenda desilusão ou de uma situação bem pior do que aquela que já vivemos, enquanto a Europa continua a ser qualquer coisa que se olha como uma teta em que se mama enquanto não secar de todo!
Mesmo sem ser um admirador rendido à eficácia de um Governo que, tenho de reconhecer, carecia de melhor preparação para enfrentar a gravíssima situação financeira que, antes dele, foi gerada, faço da incapacidade que vejo por toda a parte para ultrapassar uma situação diferente das outras crises, pelos vistos mal resolvidas também, e da ausência de solidariedade a que as dificuldades, paradoxalmente, dão lugar, a atenuante que não serve para quem o regresso aos erros do passado é a grande promessa eleitoral!
Mas a prova maior do oportunismo político dão-ma alguns famosos “sociais-democratas” a quem a ordem natural das coisas ou a sua mediocridade política fez perder o prestígio que, porventura, nunca haviam merecido. “Identificam-se”, agora, com o programa eleitoral do PS! Quem diria e por qual razão será?
São assim os políticos de pacotilha que abundam por aí. São assim os votantes “distraídos” a quem um piscar de olho basta para tomar a decisão de votar, uma vez mais, em promessas incumpríveis.

Valha-nos Santa Engrácia, não a do Panteão onde ninguém depositará o que, depois de tanto disparate, sobejar de nós, mas aquela que por nós possa interceder enquanto é tempo!


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