Quando quarenta anos
depois de uma revolução se contestam os seus efeitos do mesmo modo e quase
pelas mesmas razões pelas quais ela foi feita, apenas posso pensar em algo de
muito errado em tudo isto!
Diz a experiência, até a
dos quase a não têm, que toda a causa tem o seu efeito. Obviamente! Assim como se
diz que não adianta insistir no que resultou mal, sendo mais inteligente, em
sua vez, procurar outras atitudes que, porventura, possam resultar melhor.
Por tudo isso, em vez destas guerrilhas agarotadas em que muitos se empenham, seria
preferível uma atitude de cooperação de todos na procura das soluções que resolvessem
os problemas persistentes, corrigissem os erros que, por voluntarismo insensato,
foram cometidos e procurassem caminhos novos para um futuro que, ficou demonstrado
também, não será o das conquistas “fáceis” mas o de trabalho árduo a que poucos parecem dispostos.
Hoje não falo das
propostas idiotas de quem faz do “folclore” os seus argumentos e da ignorância
o seu saber, pois mais preocupado estou com as razões pelas quais o Partido
Socialista persiste na recusa aos entendimentos que seriam benéficos para todos
nós, insistindo em outras atitudes que nos vão manter divididos e estupidamente
inactivos nas reformas profundas de que Portugal urgentemente necessita.
Leio esta notícia e pasmo
de espanto:
“O primeiro-ministro
esteve com os TSD a explicar as opções do DEO e a prometer rigor orçamental. O
líder do maior partido da oposição encontrou-se com a TSS e prometeu um acordo
estratégico para o emprego quando for primeiro-ministro.”
Afinal,
andará Seguro a brincar com todos nós quando faz da sua eleição como Primeiro-Ministro
a condição para o “acordo estratégico” do qual Portugal urgentemente necessita?
Tem
um ar de chantagem mesquinha, de um oportunismo reles, esta atitude que não
deixa dúvidas quanto aos objectivos pessoais de alguém para quem o país não é a
prioridade.
Falar
dos erros que o Governo tem cometido, uns maiores outros com menos expressão
que uma Oposição oportuna e séria poderia ter ajudado a minimizar, é falar de
coisas que, naturalmente, acontecem a quem aceita a tarefa de fazer. Mas a
rejeição de cooperar na tarefa de recuperar Portugal e, sobretudo, a
insistência nos méritos de soluções que, de todo, o não são, é falar de ambições oportunistas e, por isso, criticáveis.
Mas
em vez do reconhecimento das vantagens de unir forças continuo a ver no
empenhamento na luta política o jogo que este país se diverte a
jogar, talvez à espera de que lhe saia o “euromilhões”, de um ganho gordo na
roleta em que aposta ou de um vómito generoso desta máquina infernal que lhe
vai caçando os níqueis que, sem empenhadamente trabalhar, cada vez menos tem.
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