Numa das múltiplas
crónicas que li a propósito dos resultados eleitorais, chamou particularmente a
minha atenção uma a que o autor deu o título “a direita já não sabe de que
terra é”, na qual afirma: “PSD e CDS
estão a fumar charuto num spa desde domingo. Mas Passos, se soubesse, teria
votado em Seguro. Para que o PS, ganhando por um pouco mais, ficasse quedo. A
luta socialista é um sismo na esquerda que terá réplicas na direita. E o alívio
durará pouco. Falamos daqui a dias, quando o Tribunal Constitucional voltar aos
salários e às pensões”.
Realço em especial a
última frase que, por associação de ideias, me faz lembrar a troika! De facto,
Tribunal Constitucional e troika são os verdadeiros governantes de um país levado
ao descalabro financeiro por gestões incompetentes e condicionado por uma
Constituição escrita em circunstâncias de euforia populista bem distintas das
que resultam das preocupações que a perspectiva de bancarrota iminente provoca.
Sempre me pareceu
inevitável a austeridade que resultou das leviandades de um governo que, em
desespero de causa pela continuidade do poder, fez uma mais do que arriscada
fuga para a frente em disparatadas decisões sucessivas que faziam acreditar
numa suposta riqueza que, de facto, não existia. Como também me pareceu que
deveriam ser decisões de justiça social as que deveriam ser tomadas nos cortes
que as circunstâncias tornaram inevitáveis, em vez de discutíveis conquistas
revolucionárias que seja o que for consagre.
Foi para isso que aquela
frase “Falamos daqui a dias, quando o Tribunal Constitucional voltar aos
salários e às pensões” chamou a minha atenção. Mas onde pensará o jovem
cronista que o governo vai buscar o dinheiro que uma decisão do Tribunal Constitucional torne
necessário? Aos impostos com certeza!
É por isso que lhe digo
que falamos dentro de dias, conforme o que
o Tribunal Constitucional decidir quanto aos salários e às pensões…
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